Rússia estará a pagar às mulheres dos soldados na Ucrânia para não organizarem protestos

Autoridades russas procuram evitar protestos contra a mobilização de homens para a linha da frente na Ucrãnia.

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Soldados russos REUTERS/Anton Vaganov
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As autoridades russas estarão a pagar às mulheres dos soldados mobilizados para não protestarem contra o destacamento de longa duração dos seus maridos na Ucrânia. A informação é adiantada pelo Ministério da Defesa do Reino Unido e surge depois de alguns protestos em Moscovo organizados por familiares de homens que estão na linha da frente.

“As investigações desenvolvidas por meios de comunicação social independentes russos e declarações das mulheres [de homens destacados para a guerra] que protestaram sugerem que, nas últimas semanas, as autoridades russas terão provavelmente oferecido pagamentos mais elevados em dinheiro às famílias em troca de estas se absterem de protestos”, pode ler-se numa publicação do Ministério da Defesa do Reino Unido na plataforma X.

A 27 de Novembro, um grupo de mulheres, que têm os companheiros na linha da frente, publicou um manifesto contra a “mobilização por tempo indeterminado”. “Os civis não devem participar nas hostilidades”, podia ler-se num comunicado publicado na rede social Telegram, citado pelo jornal The Moscow Times.

“Não impomos opções políticas em relação ao poder ou à atitude face ao conflito armado na Ucrânia. Cada um tem o direito de decidir por si próprio. No entanto, apoiaremos aquele que nos devolver os nossos homens”, afirmou. “Estamos determinadas a recuperar os nossos homens a qualquer preço”, lia-se ainda, de acordo com o jornal.

Várias mulheres que se manifestam activamente em chats do Telegram, onde são organizados os protestos contra a mobilização, foram também visitadas por agentes da polícia. De acordo com o site de notícias de investigação IStories, citado pelo Moscow Times, a polícia visitou as casas de pelo menos seis mulheres na região de Kemerovo, alertando-as para a responsabilidade pela participação em protestos não-autorizados.

“É provável que as autoridades estejam particularmente sensíveis a quaisquer protestos relacionados com os cidadãos mobilizados em Setembro de 2022, que estão na linha da frente há mais de um ano”, descreve o Ministério da Defesa da Ucrânia.

Segundo as autoridades ucranianas, durante o mês de Novembro, as forças russas perderam, em média, 931 militares por dia. A maioria das mortes terá acontecido nos confrontos que acontecem em torno de Avdiika, na região do Donbass. A informação considerada “plausível”, pelo Reino Unido, aponta, assim, para o maior número de baixas do lado russo desde o início da invasão, em Fevereiro de 2022.

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