Taxas Euribor dão primeiros sinais de tréguas, com médias a descer a seis e 12 meses

Contratos a rever em Dezembro ainda trazem aumentos da prestação, mas menos acentuados. Euribor a 12 meses reforça tendência de descida.

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Taxas Euribor dão os primeiros sinais de tréguas em cerca de dois anos Manuel Roberto
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Não é surpresa, tendo em conta o comportamento das taxas Euribor nas últimas semanas, mas os valores finais de Novembro revelam a primeira boa notícia, em cerca de dois anos, para quem tem crédito à habitação. A média mensal da Euribor a 12 meses caiu 0,138 pontos, para 4,022%, ficando abaixo da de seis meses, que também caiu, 0,050 pontos, para 4,065%.

Apesar de ter subido ligeiramente, a Euribor a três meses, a taxa menos presente na carteira de crédito à habitação existente, também deu sinais positivos, uma vez que a variação foi de apenas mais 0,004 pontos percentuais, para 3,972%.

Agora, o importante é que esta tendência se mantenha, tendo em conta o peso que o crédito à habitação tem no orçamentos das famílias. Pelo menos a última sessão do mês vai nesse sentido.

Esta quinta-feira, a Euribor a 12 meses voltou a descer, ficando pelo segundo dia seguido abaixo de 4%, mais concretamente em 3,926%, tendência que também se verifica na Euribor a seis meses, que caiu para 4,029%. O valor atingido esta quinta-feira no prazo mais longo volta a ser inferior ao da Euribor a seis meses e também fica abaixo da taxa a três meses, que caiu para 3,964%.

As médias mensais de Novembro são as que serão utilizadas para as revisões de contratos a realizar em Dezembro, e aí, a boa notícia está nas subidas menos acentuadas face às últimas revisões.

A simulação de um crédito de 150 mil euros, pelo prazo de 30 anos e um spread ou margem comercial do banco de 1%, mostra que a prestação de um crédito a 12 meses será menor que a seis meses. Com o prazo mais longo, a prestação sobe para 807,25 euros, o de seis meses para 811,20 euros e o de três meses para 802,67 euros. As três prestações estão agora muito próximas.

Contudo, a que sofre maior agravamento face à última revisão é o crédito associado à Euribor a 12 meses, porque a última actualização aconteceu em Dezembro de 2022. Assim, o aumento num empréstimo com as características usadas na simulação é de 105,92 euros. Trata-se de um aumento de 15,1% no espaço de um ano, bem menor que o agravamento de 56% que sofreu em Dezembro de 2022 face a 2021 (período em que a prestação saltou de 449 euros para 701 euros).

Nos dois outros prazos, revistos mais recentemente, os aumentos são de 34,87 euros, na de seis meses, e de 17,48 euros, na de três meses, mais 5,5% e 2,2%, respectivamente.

A evolução das Euribor no mercado interbancário, fixadas a partir das taxas de juro a que um conjunto de bancos está disponível para conceder empréstimos entre si, está a antecipar a manutenção, nos próximos meses, das taxas directoras do Banco Central Europeu, e ainda um possível corte em 2024. A "alimentar" esta expectativa está a taxa inflação, que a política monetária do banco central tem tentado travar, e a estagnação e mesmo queda da economia da zona euro.

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