André Villas-Boas avança para eleições do FC Porto em Janeiro

Antigo técnico espera por 2024 para formalizar candidatura, mas mantém convicção de disputar o lugar de presidente em Abril. Assembleia do FC Porto decorreu sem incidentes.

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André Villas Boas à entrada para a Assembleia Geral do FC Porto Nelson Garrido
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André Villas-Boas vai esperar pelo próximo ano para apresentar uma lista e formalizar a candidatura à presidência dos portistas. A confirmação foi deixada pelo próprio após a assembleia geral que resultou na aprovação das contas do clube, reunião magna que decorreu nesta quarta-feira sem registo de incidentes.

“O presidente Jorge Nuno Pinto da Costa é o presidente dos presidentes do FC Porto e eu mantenho-me convicto para avançar para as eleições. Como vos disse recentemente, a apresentação da candidatura é uma mera formalidade. Os timings de apresentação da minha candidatura só a mim correspondem. Só será feita em Janeiro”, afirmou o antigo técnico dos portistas.

Villas-Boas falou já depois da 1h. E depois de, no interior da assembleia, ter feito um discurso que criticou o estado financeiro do clube. O futuro candidato à presidência dos "dragões" foi um dos 187 associados que votou negativamente as contas, garantindo que mudaria a intenção de voto caso os administradores portistas devolvessem os prémios recebidos. Já no exterior do Dragão Arena, voltou a referir números.

"Há um acumular de dívida. Os números falam por si e não mentem. O acumulado é de 499 milhões e vem crescendo ao longo dos anos. A direcção demonstrou o sentido de tentar melhorar as coisas o mais rapidamente possível. Vem com um acordo que neste momento estará por revelar por parte da actual direcção. Parte da injecção de capital e da valorização de uma das empresas do grupo, para a requalificação dos capitais próprios do FC Porto. Será esse o movimento que a direcção executará até 31 de Dezembro. Há uma falência operacional que é preciso corrigir. A direcção está ciente disso e mostrou sinais de que quer melhorar nesse aspecto", referiu.

O que se passou na Assembleia?

Ao contrário do ambiente vivido no passado dia 13 de Novembro, a assembleia desta quarta-feira fez-se em ambiente de paz e com urbanidade. As portas abriram-se às 20h, uma hora antes do horário marcado para o arranque da reunião. Villas-Boas chegou cinco minutos depois, debaixo de chuva forte e conseguindo fintar os jornalistas à entrada. Antes do início da assembleia, apenas falou Nuno Lobo, anunciando a intenção de votar negativamente as contas do clube.

No interior, foram vários os sócios que pediram a palavra. Além de Villas-Boas, também Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, discursou no Dragão Arena. O dirigente da claque relembrou uma declaração do antigo técnico feita em 2019, na qual Villas-Boas defendia a permanência de Pinto da Costa na presidência "até à morte". Madureira defendeu ainda a gestão feita por Fernando Gomes, administrador financeiro do clube.

Também Pinto da Costa tomou da palavra na noite desta quarta-feira. "Ficou hoje aqui demonstrado que o clube é dos sócios. Dos que votam a favor, dos que se abstêm e dos que votam contra", começou por afirmar o presidente do FC Porto. O dirigente endereçou depois palavras elogiosas ao candidato Nuno Lobo, o único candidato oficial às eleições de Abril: "Marcou presença como um portista que é, de facto, mostrou um sentido de estado e absteve-se nesta votação." E ainda ao líder dos Super Dragões: "Cheguei ao FC Porto como presidente, como associado há 70 anos e dirigente sou desde 1962. Em todas as alturas o Fernando Madureira foi um guarda pretoriano do FC Porto."

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