Mário Laginha volta aos blues em Coimbra, com Frankie Chavez e Budda Guedes
O Coimbra em Blues está de volta, com quatro concertos em dois dias: Wax & Boogie, os Portuguese Blues Reunion, Sugar Queen e o bluesman ucraniano Alexander Dolgov.
Em Coimbra, Dezembro abre com blues. Sexta 1 e sábado 2, o festival Coimbra em Blues marca presença na sala que o viu nascer, o Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV). No primeiro dia, actuarão os Wax & Boogie (21h30) e os Portuguese Blues Reunion (23h), projecto liderado por Mário Laginha, com Frankie Chavez e Budda Guedes, acompanhados por Nico Guedes (bateria) e Vasco Moura (baixo). No segundo, será a vez do guitarrista ucraniano Alexander Dolgov & CEB Band (21h30) e, a encerrar, a cantora norte-americana Sugar Queen (23h)
“Os Wax & Boogie já estiveram connosco, quer em Santa Maria, nos Açores, quer no Maia Blues Fest, em 2022”, diz PÚBLICO o curador do festival, Adalberto Ribeiro, da promotora Trovas Soltas. Trata-se de um grupo catalão, formado pela cantora Ster Wax e pelo pianista David Giorcelli, que ao vivo se apresenta em quarteto, com bateria (Reginald Vilardell) e contrabaixo (Oriol Fontanals).
Já o projecto Portuguese Blues Reunion surge na sequência de experiências anteriores, explica Adalberto: “Vem na sequência de várias coisas que fizemos. Em 2022 foi De BB King a Carlos Paredes [com as guitarras de Budda Guedes, Peixe e Guilherme Catela] e em 2019 foi no Nova Arcada Braga Blues, com Budda Guedes a convidar Mário Laginha e Frankie Chavez, um concerto único. Como o Laginha nunca mais tocou blues, resolvi convidá-los para fazerem a mesma coisa. Ouviremos temas do Mário, que fez arranjos para blues, e temas do Frankie e do Budda também.”
A participação do bluesman ucraniano Alexander Dolgov é mais uma concretização, em Portugal, um encontro que era para ter acontecido na Polónia, em 2022, e não aconteceu devido à invasão russa, como conta Adalberto: “Eu pertenço à direcção da European Blues Union, organismo que congrega 27 países, e quando começou a guerra na Ucrânia [em Fevereiro de 2022], nós no European Blues Challenge, que se realizava na Polónia, quisemos de alguma forma homenagear os músicos e a cultura da Ucrânia. Um dos meus companheiros na direcção conhecia o Dolgov, que sabíamos ser um grande precursor do blues na Ucrânia (constava já do Blues Hall of Fame, nos EUA, indicado pela filha do BB King). Vivia em Kharkiv, uma das cidades mártires da guerra, falámos com ele e que mais nos tocou foi ele ter dito: ‘Gostava muito de ir, mas não sei se nessa altura ainda estou vivo, porque a minha cidade está a ser bombardeada todos os dias’. Isso aproximou-nos do drama que estava a acontecer.”
Mas Alexander Dolgov sobreviveu e está neste momento refugiado na Polónia, na cidade de Gdansk. Actuou no Porto Blues Fest, em Agosto passado, e neste concerto em Coimbra estará com ele (guitarra e voz) uma banda portuguesa, composta por Carl Minnemann (baixo), Jorge Filipe (Hammond e teclados) e Leandro Leonet (bateria).
A cantora norte-americana Sugar Queen, aliás Michelle Denise, a quem caberá encerrar esta edição, esteve em Portugal há pouco mais de dois meses, no Maia Blues Fest (em Setembro). “É uma cantora de Chicago, que vem fazer aquele blues que as pessoas mais reconhecem, muito parecido com aquilo que faziam o BB King e outros”. Com ela (voz), estarão os músicos Jean Raven (guitarra), Erwin Huigen (baixo), Ralph Adriaansen (bateria) e Arjan van Oever (Hammond e teclados).
A edição de 2022, diz Adalberto, “correu muito bem”: “Tivemos dois dias praticamente cheios. É um caminho que já estamos a percorrer desde 2017, na altura em que resolvemos, em parceria, com o TAGV, recuperar esta marca. E de ano para ano estamos a crescer. Se a edição do ano passado correu muito bem, as vendas para esta edição mostram que este ano vai estar ao mesmo nível, pelo menos.”