“Unir. Agir. Concretizar.” Por todo o lado se lêem as palavras-chave escolhidas pela presidência dos Emirados Árabes Unidos (EAU) para esta COP28, a cimeira do clima das Nações Unidas na qual se depositam muitas esperanças para acelerar a acção climática.
Na cerimónia de abertura da COP28, que teve lugar esta quinta-feira, Sultan Ahmed Al-Jaber, o presidente designado pelos EAU, focou o seu discurso em apelos à diplomacia das delegações presentes. “Peço-vos que trabalhem juntos. Sejam flexíveis. Encontrem os pontos de convergência”, reforçou.
“Desde Paris, fizemos algum progresso, mas também sabemos que a estrada que temos percorrido não vai levar-nos a tempo ao nosso destino”, alertou ainda o polémico presidente da COP28, ministro da Indústria dos EAU que é, simultaneamente, director executivo da petrolífera estatal Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC) e da Masdar Clean Energy, empresa também estatal que desenvolve projectos de energias renováveis em vários países.
Al-Jaber sublinhou a importância de tornar esta uma cimeira vocacionada para a acção: “Nós conhecemos, como vocês conhecem, a gravidade deste momento. Sentimos, como vocês, a urgência deste trabalho. E vemos, como vocês, que o mundo atingiu uma encruzilhada.”
Sultan Al-Jaber afirmou que continuará a concentrar-se na meta de 1,5 graus Celsius do Acordo de Paris, o limite de aumento da temperatura da Terra, por comparação às temperaturas da época pré-industrial, identificado pelos cientistas como um dos patamares a partir dos quais os efeitos das alterações climáticas serão devastadores.
Percorrendo no seu discurso todos os pontos principais que serão abordados nas negociações, Al-Jaber não fugiu aos mais polémicos: “A presidência que fez uma escolha ousada para se envolver proactivamente com as empresas de petróleo e gás”, afirmou Al Jaber. “Sei que há opiniões fortes sobre a inclusão de linguagem sobre os combustíveis fósseis e energias renováveis no texto negociado”, reconheceu ainda o ministro. “Devemos procurar formas de incluir o papel dos combustíveis fósseis.”
O PÚBLICO viajou a convite da Fundação Oceano Azul