Esperança média de vida volta a subir. Portugueses podem agora esperar viver até aos 84,75 anos

Esperança média de vida aumentou 1,68 meses em relação ao triénio 2020-2022. É uma ligeira subida depois de dois triénios a decrescer devido à pandemia de covid-19.

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Esperança média de vida aos 65 anos voltou a subir, mas ainda não atingiu os valores pré-pandemia Manuel Roberto (arquivo)
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Depois de dois triénios a decrescer, em parte devido à mortalidade causada pela pandemia de covid-19, a esperança média de vida aos 65 anos está agora estimada em 19,75 anos, o que significa que a perspectiva de vida desta população é de viver, em média, até aos 84,75 anos. É um aumento ligeiro, de 1,68 meses, relativamente ao triénio anterior (19,61 anos em 2020-2022), de acordo com os dados revelados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Não foram ainda revelados dados mais completos, desagregados por sexos e por região, por exemplo. Mas o relatório relativo ao triénio 2020-2022 indicava que, aos 65 anos, os homens podiam esperar viver 17,76 anos e as mulheres 20,98 anos — uma uma ligeira diminuição (0,12 meses) para os homens; sem alteração para as mulheres relativamente a 2019-2021.

As regiões do Cávado e de Viseu Dão Lafões eram as que registavam os valores mais elevados da esperança de vida aos 65 anos, superiores inclusive à média nacional: na região mais a norte, as pessoas podiam esperar viver até aos 85,64 anos, sendo que na região do Centro essa expectativa se fixava nos 85,14 anos. Por outro lado, era nas regiões autónomas dos Açores (17,65 anos) e da Madeira (17,95 anos) que a esperança de vida aos 65 anos era mais reduzida.

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Aumentar

A esperança média de vida em Portugal tem aumentado consistentemente nas últimas décadas – desde 1998, aumentou mais de três anos —, tendo essa tendência de crescimento sido interrompida pela covid-19. O período de 2019 a 2022 foi o único a registar um recuo na esperança de vida desde 1999, altura em que diminuiu cerca de quatro meses. Os dados provisórios agora publicados parecem indicar a retoma desse ciclo de melhoria, ainda que não tenham chegado aos 19,86 anos registados no triénio 2018-2020.

O indicador da esperança de vida aos 65 anos mede o número médio de anos que uma pessoa que atinja a idade exacta de 65 anos pode esperar ainda viver, se se mantiverem as taxas de mortalidade por idades observadas no momento. Esta é, portanto, ainda uma estimativa, apurada anualmente pelo INE, e que serve para determinar a idade de acesso à reforma e o factor de sustentabilidade do regime geral de Segurança Social.

Para chegar a este cálculo são considerados os óbitos registados nos anos de 2021 e 2022, assim como os dos meses de Janeiro a Outubro de 2023, e as estimativas provisórias da população residente para 2021 e 2022 assentes nos Censos 2021.

Menos anos de vida saudável

Apesar do aumento da esperança de vida registado em Portugal nas últimas décadas, tal não significa que as pessoas vivam com mais saúde. Aliás, os números mostram que, sobretudo depois da pandemia, o número de pessoas com limitações na realização das tarefas diárias devido a problemas de saúde aumentou, o que significa que, apesar de viverem mais, os portugueses têm menos anos de vida saudável.

Os últimos dados divulgados pelo INE em Abril revelavam que, em 2021, este grupo representava quase 35% da população. Em 2022, essa percentagem baixou quase um ponto, mas manteve-se acima dos resultados anteriores à pandemia, colocando Portugal no topo da lista neste indicador entre os países da União Europeia.

Quer isto dizer que, em 2020, a expectativa de vida saudável aos 65 anos para a população em geral situava-se em 7,7 anos, menos 2,1 do que a média europeia (9,8 anos), colocando Portugal no 11.º lugar entre os Estados-membros.

Em 2020, Portugal era ainda um dos países da União Europeia com maior diferença entre a expectativa de anos de vida saudável aos 65 anos para homens e para mulheres — mais 1,3 anos a favor dos primeiros, de acordo com os dados do INE. Cenário diferente na UE: em média, as mulheres podiam esperar viver com saúde mais 0,6 anos do que os homens.

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