À espera que a trégua continue, Israel e Hamas trocaram mais prisioneiros por reféns

Antony Blinken viajou para Israel para negociar extensão da pausa nos combates em Gaza. Hamas libertou mais 14 reféns, incluindo quatro tailandeses.

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Soldados israelitas em prontidão junto à fronteira com a Faixa de Gaza para retomarem as operações militares EPA/ABIR SULTAN
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Com as negociações ainda em curso para uma possível extensão da trégua nos combates na Faixa de Gaza, o Hamas libertou esta quarta-feira mais 14 reféns. Segundo o Exército israelita, os dois primeiros reféns foram transferidos para o Egipto ao início da noite, sendo que os restantes foram libertados horas depois, incluindo quatro cidadãos tailandeses. Nos termos do acordo, que termina esta quinta-feira às 7h locais (menos duas horas em Lisboa), Israel libertou em troca 30 prisioneiros palestinianos, 16 mulheres e 14 menores.

O prolongamento da trégua é o grande objectivo dos países que mediaram o acordo - EUA e Qatar - que já permitira, antes da troca desta quarta-feira, a libertação de 81 reféns, 61 israelitas e 20 estrangeiros, enquanto Israel entregou 180 palestinianos, todos mulheres e crianças. Esta quinta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, manterá conversações em Israel nesse sentido.

“Gostaríamos que esta pausa fosse prolongada, significaria mais reféns a voltar para casa e mais ajuda humanitária”, disse Blinken antes de deixar Bruxelas, onde participou na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros dos países que integram a NATO.

Um responsável israelita, citado pela Reuters, disse que seria impossível prolongar o cessar-fogo sem um compromisso de libertar todas as mulheres e crianças que se encontram entre os reféns. O mesmo funcionário disse que Israel acreditava que os militantes do Hamas ainda mantinham mulheres e crianças suficientes para prolongar a trégua por mais dois ou três dias.

Do outro lado, um responsável palestiniano afirmou que os negociadores estavam a ponderar se os homens israelitas seriam libertados em condições diferentes da troca de três detidos palestinianos por cada refém israelita, que foi aplicada às mulheres e crianças.

Oficialmente, o porta-voz do Governo israelita, Eylon Levy, disse que Israel consideraria qualquer proposta que considerasse como séria. A trégua inicial de quatro dias foi prolongada por 48 horas a partir de terça-feira, e Israel diz estar disposto a estendê-la enquanto o Hamas libertar dez reféns por dia. Mas com menos mulheres e crianças detidas, isso significará concordar com os termos que regem a libertação de pelo menos alguns homens israelitas pela primeira vez.

Negociações à parte, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, repetiu as promessas anteriores de prosseguir a guerra para destruir o Hamas assim que o cessar-fogo terminar.

“Não há qualquer hipótese de não voltarmos a lutar até ao fim. Esta é a minha política, todo o Governo a apoia, os soldados apoiam, o povo apoia. Isto é exactamente o que faremos”, disse Netanyahu.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou por sua vez que a Faixa de Gaza está no meio de uma “catástrofe humanitária épica” e instou o mundo a não desviar o olhar.

“Estão a decorrer negociações intensas para prolongar a trégua, o que saudamos vivamente, mas acreditamos que precisamos de um verdadeiro cessar-fogo humanitário”, disse Guterres perante o Conselho de Segurança da ONU.

A troca de reféns por prisioneiros desta quarta-feira foi ensombrada por uma alegação não confirmada do Hamas de que uma família de reféns israelitas, incluindo o mais novo, o bebé Kfir Bibas, tinha sido morta durante um bombardeamento israelita antes de a trégua ter entrado em vigor.

As autoridades israelitas disseram que estavam a verificar a alegação do Hamas sobre a família Bibas, uma questão muito emotiva em Israel. Kfir, de 10 meses, o seu irmão Ariel, de 4 anos, e a sua mãe Shiri estão entre os prisioneiros do grupo islamita. Os familiares disseram ter sido informados do relatório do Hamas. “Estamos a aguardar que a informação seja confirmada e, esperamos, refutada pelos oficiais militares”, refere um comunicado do Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos.

Na Cisjordânia, a agência noticiosa WAFA declarou que seis palestinianos, incluindo duas crianças, foram mortos pelas forças israelitas na cidade de Jenin. Israel contrapôs que dois dos homens foram mortos em operações antiterroristas e que um deles era um alto funcionário da Jihad Islâmica.

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