Sp. Braga quase de saída da Champions, mas vivo na Europa

Expulsão de Niakaté obrigou a equipa portuguesa a lutar pela vida nas provas da UEFA. Álvaro Djaló anunciou nova reviravolta, mas golo do espanhol só deu para o empate. Valeu derrota do Nápoles.

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Djaló disparou para o golo da igualdade EPA/HUGO DELGADO
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Está praticamente esfumado o sonho de chegar aos oitavos-de-final da Champions para o Sp. Braga, que empatou (1-1) ontem na recepção aos alemães do Union Berlin. É verdade que chega vivo à última jornada do Grupo C no que diz respeito às aspirações para seguir em frente, mas precisa de vencer por dois golos em Itália, pelo que a transição para a Liga Europa se afigura como um cenário mais plausível.

Sem Al Musrati nem Bruma, o “onze” de Artur Jorge, escorado na habitual linha defensiva, acautelou a zona central com Moutinho e Vítor Carvalho, destacando Rodrigo Zalazar para uma missão híbrida de estabelecer o compromisso entre o meio-campo e o ataque.

O treinador dos bracarenses tentara reunir o máximo de informação possível sobre os métodos e ideias do técnico croata Nenad Bjelica, que rendeu o suíço Urs Fischer no comando do Union Berlin e se apresentou em Braga com uma defesa a quatro, pedindo a Khedira para controlar a segunda linha de quatro médios. Na frente, apenas Behrens, o que resultou num início de muitos duelos e ressaltos, com a bola pelo ar e 15 minutos iniciais sem registo de lances de área.

Curiosamente, foi Niakaté — protagonista pela negativa com uma expulsão à meia hora de jogo — o primeiro a testar Ronnow, num remate sem direcção. O guarda-redes dinamarquês teria, no minuto seguinte, a primeira intervenção da noite, a negar o golo a Simon Banza.

Era o Sp. Braga a dizer que não abdicava da final de Nápoles, ainda que os italianos tivessem pregado um susto aos minhotos ao marcarem primeiro do que o Real Madrid, no Bernabéu... vantagem anulada prontamente pelos “merengues”.

Álvaro Djaló reforçaria essa intenção num cabeceamento que poderia ter abatido os alemães, mas a que faltou precisão para honrar o cruzamento de Victor Gómez.

Uma perdida que o Sp. Braga lamentou dois minutos depois, quando se viu reduzido a dez unidades, obrigando Artur Jorge a sacrificar um médio para compor a defesa com Serdar. Mas a inferioridade numérica haveria de ter impacto no resultado a três minutos do intervalo, numa transição de Roussillon bem explorada pela subida de Gosens, a receber sem oposição e a fulminar Matheus. Os “guerreiros” precisavam fazer jus ao epíteto e José Fonte poderia ter reposto a igualdade em pleno período de compensação, felicidade negada por Ronnow.

O Sp. Braga ainda suspirou pela intervenção do VAR numa mão de Diogo Leite, mas o árbitro não recebeu instruções para marcar o penálti pedido pelos “arsenalistas”.

Djaló inspirador

Tal como no jogo da Alemanha, o Sp. Braga precisava de virar o resultado... de um golo apenas, mas com menos um homem do que o adversário. O equilíbrio era a palavra-chave e Djaló emergiu para inspirar os companheiros com um golo do avançado espanhol, a passe de Ricardo Horta. Subitamente, o Sp. Braga pegava nas rédeas do jogo e partia em busca de novo golo que lhe permitisse (sempre com o Nápoles, em Espanha, a ameaçar o sonho) garantir a continuidade na Europa.

Álvaro Djaló dispôs, inclusive, de ocasião soberana para bisar e colocar os bracarenses na frente do marcador, ensejo negado por Diogo Leite, que ofereceu o corpo às “balas”. Com 30 minutos para reclamar o triunfo, Ricardo Horta, que igualou Alan como segundo jogador com mais jogos (347) pelo clube, também não foi capaz de bater Ronnow.

O Union Berlin parecia não conseguir encontrar os espaços criados pela expulsão de Niakaté, apesar de o empate não o beneficiar, a menos que seja capaz de bater o Real Madrid na última ronda, esperando ainda que o Nápoles liquide as aspirações do Braga. O jogo caminhou, assim, para um final imprevisível, com o risco a ser avaliado a cada gesto e substituição, embora para o Sp. Braga isso significasse o adeus antecipado à Champions, que acaba por ficar adiado com a derrota (4-2) do Nápoles em Madrid.

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