Com o objectivo de homenagear a médica e investigadora Maria de Sousa e perpetuar o seu legado, a Ordem dos Médicos e a Fundação BIAL instituíram o Prémio em seu nome. A entrega dos galardões aconteceu no passado dia 16 de Novembro, no Teatro Thalia, em Lisboa, e foi transmitida via streaming, nos canais digitais do Público que tem sido media partner do evento desde a primeira edição.

Com um valor total de até 150 mil euros, foram premiados cinco investigadores científicos, em que cada um vai receber até 30 mil euros para a prossecução do seu trabalho, incluindo um estágio num centro internacional de investigação de excelência. O júri, que teve a difícil responsabilidade de avaliar 55 candidaturas e escolher os cinco melhores projectos, foi composto pelos cientistas Maria do Carmo Fonseca, Miguel Castelo-Branco, Joana Palha, Graça Porto, e presidido pelo neurocientista Rui Costa.

O início do evento foi marcado por vários discursos oficiais. Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos Médicos (OM), começou por afirmar que “a ciência é o motor do desenvolvimento da humanidade e trouxe até nós uma melhoria nos cuidados de saúde, na condição de vida e no bem-estar das pessoas”. Acrescentou, ainda, que “a OM não podia deixar de estar presente neste prémio”, homenageando “uma grande investigadora, uma mulher reconhecida nesta área”. Não esquecendo os “momentos difíceis que estamos a atravessar”, Carlos Cortes assinalou que iniciativas como a deste Prémio transmitem-nos “alguma tranquilidade, mas também esperança para o futuro. A ciência não se suspende, evolui permanentemente e ajuda-nos a ter um mundo melhor”.

Luís Portela, presidente da Fundação BIAL, centrou o seu discurso na homenagem a Maria de Sousa e à sua apaixonada dedicação ao desenvolvimento científico. “Maria de Sousa era uma mulher inteligente, com grande capacidade de trabalho, que pugnava pela excelência e que se tornou uma cientista de referência”, referiu. Recordou ainda que Maria de Sousa demonstrava “um carinho especial pelos jovens investigadores e valorizava a sua experiência em centros internacionais de excelência”. Além de agradecer aos membros do júri, deixou uma palavra de incentivo aos jovens cientistas premiados, desejando-lhes “uma carreira muito bem-sucedida”.

Seguiu-se um momento de evocação à homenageada, proferido pela jornalista e escritora Anabela Mota Ribeiro, que leu alguns poemas da autoria de Maria de Sousa, que também foi escritora.

No seu discurso como presidente do júri, o professor e neurocientista Rui Costa enalteceu este prémio, que “presta homenagem a uma médica que se preocupava com a cura, uma escritora poetisa e uma cidadã sábia, uma pessoa que queria uma revolução que fosse baseada no conhecimento”, afirmou. E, acrescentou, que o prémio “galardoa e apoia cinco jovens investigadores que estão numa fase especial da carreira, com idade igual ou inferior a 35 anos, na área da saúde e da medicina, e salienta a importância do investimento nos investigadores nesta altura crítica. São pessoas que não estão a começar doutoramento e também não estão completamente estabelecidas”. Além disso, “esta é uma bolsa de desenvolvimento que permite às pessoas chegar mais além”.

O encerramento da cerimónia esteve a cargo de Elvira Fortunato, ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que destacou a “importância de se premiar a investigação de excelência que se faz na área da saúde em Portugal” e realçou ainda a relevância do trabalho em equipa e da partilha de boas práticas.

No evento, foi anunciada a realização da quarta edição, em 2024, nos mesmos moldes que as edições precedentes.

3ª edição do Prémio Maria de Sousa