Artigo da Forbes sugere especialistas portuguesas para novo conselho de administração da OpenAI

As portuguesas Daniela Braga e Manuela Veloso estão entre as especialistas identificadas num artigo da revista Forbes que sugere membros para o novo conselho de administração da OpenAI.

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Daniela Braga (esquerda) e Manuela Veloso (direita) DR
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O novo conselho de administração da OpenAI, a startup de inteligência artificial (IA) por detrás do ChatGPT, precisa de mais mulheres e mais académicos entre os membros. O grupo criado após Sam Altman voltar à liderança da empresa é dominado por homens e empresários, um facto que tem sido criticado por vários especialistas na imprensa internacional. Num artigo publicado esta semana, a revista Forbes sugere o nome de duas portuguesas para aumentar a diversidade da equipa: Daniela Braga, presidente executiva da Defined.ai, e Manuela Veloso, presidente do departamento de IA do banco de investimento norte-americano JP Morgan. Ambas têm uma vasta experiência na academia e na indústria.

O texto da Forbes é assinado por Rebekah Bastian, engenheira mecânica e empresária norte-americana que presta consultoria a startups e empresas de capital de risco, com o objectivo de promover equipas diversas. “[Um] conselho homogéneo suscita preocupações, uma vez que a liderança da OpenAI no desenvolvimento da IA exige perspectivas diversas para evitar resultados tendenciosos”, justifica Rebekah ​Bastian, que identifica dez especialistas em IA que podem contribuir para o desenvolvimento da OpenAI.

O PÚBLICO recorda o percurso das profissionais portuguesas.

Daniela Braga

Para Rebekah ​Bastian, a “experiência em IA, processamento de linguagem natural e curadoria de dados” de Daniela Braga seriam uma mais-valia para o novo conselho da OpenAI.

A portuguesa é a fundadora e presidente executiva da Defined.AI (originalmente Defined.Crowd), uma empresa que fornece bases de dados para testar sistemas de inteligência artificial. A missão é garantir que os programas usam dados de qualidade (diversos, precisos, sem erros) que as empresas têm autorização para usar. A empresa lidera o consórcio Accelerat.ai, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que visa acelerar a transformação digital dos sectores público e privado em Portugal – os parceiros tecnológicos incluem instituições como a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o Instituto Superior Técnico, a IBM e a Microsoft. O grupo é responsável pela criação da Diana, uma assistente virtual, apresentada na edição de 2023 da Web Summit, que pode ser integrada em qualquer sistema, público ou privado.

Desde 2021 que Daniela Braga também integra o grupo de conselheiros que apoia a Casa Branca no lançamento de investigação em política de IA. Antes de fundar a Defined.ai, em 2015, passou por empresas como a Microsoft e a VoiceBox Technologies, uma empresa que desenvolve tecnologia para pôr máquinas a falar como humanos. Começou a sua carreira como investigadora na Universidade do Porto, em 2001.

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Daniela Braga, CEO Defined.AI TIAGO MIRANDA/Defined.AI

Manuela Veloso

Manuela Veloso é a segunda portuguesa na lista da Forbes. Formada em Engenharia no Instituto Superior Técnico, dirige o departamento de inteligência artificial do banco de investimento norte-americano JP Morgan desde 2018. A missão é apoiar o banco no desenvolvimento de sistemas autónomos em novas áreas de negócio e trabalhar de perto com as equipas de análise de dados. Há mais de 30 anos que a portuguesa lecciona sobre IA na Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, onde é professora emérita e fez doutoramento em Ciências da Computação. Manuela Veloso também é conhecida pela criação dos CoBots, robôs colaborativos que partilham informação entre si e com humanos.

Para Rebekah Bastian, a experiência desta engenheira portuguesa “tanto no meio académico como na indústria” é fundamental para “colmatar o fosso entre a investigação e aplicações reais” de uma empresa como a OpenAI.

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A académica Manuela Veloso, em 2012 DR

A lista de Rebekah Bastian inclui ainda personalidades como Timnit Gebru, uma investigadora afro-americana em inteligência artificial, natural da Etiópia, que fundou o grupo Black in AI para apoiar cientistas negros. Timnit ​Gebru era uma das dirigentes do departamento de ética da Google até ser afastada da empresa por assinar um artigo académico que demonstrou as falhas da tecnologia de reconhecimento facial testadas maioritariamente com imagens de homens caucasianos.

Outra sugestão de Bastian é Fei-Fei Li, co-directora do Instituto de IA centrada no ser humano, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e antiga dirigente do departamento de investigação de IA da Google. Fei-Fei ​Li também ajudou a fundar o grupo AI4ALL, de Stanford, para aumentar a diversidade em inteligência artificial.

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