Mais de 400 vagas ficaram por preencher no concurso para especialidades médicas
Especialidades de Medicina Geral e Familiar e de Medicina Interna são as que acumulam mais vagas em branco.
Mais de 400 vagas ficaram por preencher no concurso para a escolha de especialidades, denunciou este sábado o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), um resultado que considerou ser uma "hecatombe" para o Serviço Nacional de Saúde.
"As escolhas para as especialidades terminaram e, dos 2330 candidatos, houve 501 que decidiram não escolher qualquer vaga, tendo sobrado 419 vagas", adiantou o SIM em comunicado.
De acordo com o sindicato liderado por Roque da Cunha, em 2021 tinham ficado por preencher 51 vagas para o internato médico, um número que aumentou para as 161 em 2022.
"A previsível e anunciada hecatombe aconteceu", salientou o SIM, um dos dois sindicatos envolvidos nas negociações com o Governo para a valorização da carreira e das tabelas salariais dos médicos que decorrem há vários meses, com dezenas de reuniões a terminarem sem acordo.
De acordo com os dados divulgados pelo SIM, as vagas não escolhidas pelos novos médicos representam 18,2% do total de lugares colocados a concurso e, em algumas especialidades, atingem "números nunca vistos".
O sindicato apontou os exemplos da Medicina Geral e Familiar e da Medicina Interna, que, em conjunto, ficaram com 309 vagas em branco; seguidas pelas especialidades de Patologia Clínica e de Saúde Pública.
O SIM salienta ainda que, olhando para as regiões, Lisboa e Vale do Tejo "liderou", com 178 vagas por preencher.
"Por aqui se vê a atractividade que tem o trabalho no Serviço Nacional de Saúde, numa altura em que todos os recursos humanos médicos deveriam ser aproveitados", lamentou a estrutura sindical.