Grécia lamenta lentidão britânica na questão dos mármores do Pártenon

Primeiro-ministro grego reúne-se esta semana com homólogo britânico, mas também com o líder da oposição, um trabalhista que é favorável a um empréstimo duradouro das esculturas do Museu Britânico.

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As esculturas do Pártenon, ou mármores de Elgin, no Museu Britânico TOBY MELVILLE/Reuters

As conversações sobre a possível devolução das esculturas do Pártenon do Museu Britânico a Atenas não estão a avançar com a rapidez necessária, afirmou o primeiro-ministro grego Kyriákos Mitsotákis este domingo. Mitsotakis prepara-se para se encontrar com o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak esta semana.

Há muito que Atenas luta pela devolução dos mármores de Elgin, como são frequentemente designados. Os 75 metros do friso do Pártenon, 15 métopas (espaço existente entre dois tríglifos, que são superfícies verticais separadas por dois sulcos, de um friso dórico) e 17 esculturas foram retirados da Grécia por Lord Elgin (1766-1841), embaixador britânico no Império Otomano, que então governava a Grécia. O Pártenon, construído entre 447-432 a.C., é considerado o expoente máximo da arquitectura clássica e o seu friso retratava uma procissão em honra de Atena. Alguns pedaços desse friso — e outras esculturas do Pártenon estão espalhados por museus europeus.

O Museu Britânico adquiriu os mármores (entre os quais boa parte do friso original do Pártenon) em 1816. Para a Grécia, Elgin e o Museu Britânico por associação, são culpados de “um acto gritante de roubo em série”, nas palavras da ministra da Cultura grega Lina Mendoni.

"Não avançámos tanto como eu gostaria nas negociações", disse Mitsotákis à televisão BBC neste domingo. "Sou um homem paciente e esperámos centenas de anos. Vou persistir nestas discussões. Achamos que as esculturas pertencem à Grécia e que foram essencialmente roubadas", acrescentou Mitsotákis, minimizando o tema da propriedade nas discussões e concentrando-se na importância de reunir as esculturas com as que estão em Atenas.

Os responsáveis britânicos afirmam que as obras foram adquiridas legalmente. Em Março, Sunak excluiu qualquer alteração à lei que impede o Museu Britânico de devolver os mármores à Grécia de forma permanente. Mas a legislação não proíbe um empréstimo e George Osborne, antigo ministro das Finanças britânico e presidente do conselho de administração do museu, manifestou este mês a esperança num acordo que permita que as esculturas "sejam vistas em Atenas".

Mitsotákis deverá encontrar-se com Sunak na terça-feira, um dia depois de se encontrar com Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista britânico na oposição, que está favorecido nas sondagens de opinião relativas às eleições previstas para 2024. Na semana passada, o Financial Times noticiou que Starmer não iria bloquear um acordo de empréstimo "mutuamente aceitável" das esculturas.