Ao minuto Última actualização a 24 Novembro 2023 - 14:49
Hamas liberta 24 reféns, uma é luso-israelita. Israel entrega 39 palestinianos
Acompanhe aqui as principais notícias sobre o conflito no Médio Oriente.
Em destaque
Hamas liberta 13 reféns israelitas. Cruz Vermelha controla operação
Há 13 reféns israelitas que se preparam para atravessar a passagem de Rafah para o Egipto, tendo já sido transferidos para a tutela da Cruz Vermelha. A informação é avançada pela comunicação social israelita, não existindo ainda informações sobre os prisioneiros palestinianos em Israel que, de acordo com o acordo traçado, devem regressar à Palestina.
A libertação de 12 reféns tailandeses decorre simultaneamente. Ao início da tarde desta sexta-feira, o primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin, confirmou a libertação destes cidadãos. Julga-se que o Hamas terá feito como reféns 26 tailandeses, além dos 39 mortos e vários feridos.
Boa noite! Terminamos aqui a cobertura ao minuto da guerra entre Israel e o Hamas. Voltamos na manhã deste sábado. Até lá, fique com as nossas sugestões de leitura:
- O primeiro dia sem bombas em Gaza
- Primeiro dia da trégua e libertações foi de alívio e festa em Israel e na Cisjordânia
- Adina Moshe, libertada pelo Hamas, obteve a nacionalidade portuguesa já em Outubro
Obrigada por nos acompanhar e até amanhã.
Gomes Cravinho destaca "urgência do momento" e "convergência internacional"
O ministro dos Negócios Estrangeiros português destacou esta sexta-feira, na Cisjordânia, a “urgência do momento” actual, “potencialmente histórico” pela “convergência internacional” para trabalhar para a solução dos dois Estados – Israel e Palestina.
“Saio destas reuniões com o ministro dos Negócios Estrangeiros e com o primeiro-ministro palestinianos com um sentimento reforçado da urgência do momento. Efectivamente, nós vivemos um momento que é potencialmente histórico”, disse João Gomes Cravinho, no final de encontros com o homólogo, Ryiad al-Maliki, e o primeiro-ministro Mohammad Shtayyeh, da Autoridade Palestiniana, em Ramallah, Cisjordânia.
“Temos 75 anos de crise e conflito no Médio Oriente e temos hoje, apesar das circunstâncias trágicas, uma convergência muito forte internacional em torno da ideia de que é necessário agora mobilizar todos os esforços para chegarmos ao único ponto de chegada que todos nós sabemos que é o ponto de chegada necessário, a solução de dois Estados”, comentou o chefe da diplomacia portuguesa.
O ministro salientou a necessidade de “aproveitar muito bem as próximas semanas, próximos meses”, advertindo: “Depois disso, haverá outras dinâmicas internacionais e perde-se esta oportunidade que nos parece única”.
Cruz Vermelha congratula-se com intervenção na libertação de reféns e prisioneiros
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) congratulou-se pela sua intervenção na libertação de reféns raptados pelo Hamas e de palestinianos detidos por Israel, sublinhando a vontade de continuar o trabalho no sábado.
“Esta operação mostra o verdadeiro impacto do nosso papel como intermediário neutro entre as partes em conflito”, destacou o CICV, numa declaração feita no final das libertações, no primeiro dos quatro dias de trégua acordados entre Israel e o grupo islamita Hamas.
A organização humanitária escoltou e transportou 24 reféns de Gaza para o Egipto, através da passagem fronteiriça de Rafah, onde foram entregues às autoridades egípcias, enquanto os 39 palestinianos detidos em Israel deixaram a prisão de Ofer. Na maioria, foram levados para Ramallah, a capital administrativa da Autoridade Nacional Palestiniana.
Anteriormente, a centenária organização humanitária tinha indicado que as suas equipas iniciaram uma operação de “vários dias” para facilitar a libertação e transporte de reféns raptados em Gaza e de detidos palestinianos com destino à Cisjordânia.
A operação também vai permitir o envio de ajuda para Gaza, incluindo equipamentos médicos para hospitais, adiantou a organização com sede em Genebra.
Primeiro dia da trégua e libertações foi de alívio e festa em Israel e na Cisjordânia
A tarde prolongou-se numa longa espera, maior para os palestinianos do que para os israelitas. Durante várias horas, as imagens que chegavam de Rafah, a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egipto, mostravam ambulâncias vazias, enquanto outras ambulâncias aguardavam diante dos dois hospitais preparados para receber os primeiros reféns libertados pelo Hamas. Na Cisjordânia, as famílias juntavam-se diante da prisão de Ofer, entre Ramallah e o colonato de Giv’at Ze’ev, onde iam chegando cada vez mais palestinianos, ansiosos por celebrar a chegada dos libertados.
Biden diz que condicionar ajuda militar é "reflexão que vale a pena"
O Presidente norte-americano, Joe Biden, disse que condicionar a ajuda militar a Israel é uma “reflexão que vale a pena”, após membros do Partido Democrata terem levantado essa possibilidade.
“Essa é uma reflexão que vale a pena, mas não acho que teríamos chegado onde estamos hoje se tivéssemos começado assim. Temos que ir por partes”, respondeu Biden ao ser questionado por um jornalista sobre o facto de políticos do seu partido defenderem que a ajuda norte-americana a Israel seja condicionada a uma mudança nas “posições militares e políticas” do Governo israelita no conflito em Gaza.
O senador Democrata Bernie Sanders foi uma das vozes que sugeriu condições ao apoio a Telavive. “Embora Israel tenha o direito de perseguir o Hamas, o governo extremista de direita de [Benjamin] Netanyahu não tem direito de conduzir uma guerra quase total contra o povo palestiniano”, disse o senador do Vermont numa declaração divulgada no último fim-de-semana em Washington e citada pelo jornal on-line Politico.
A proposta de Sanders prevê que os EUA recusem mais ajuda a Telavive “a menos que haja uma mudança fundamental nas suas posições militares e políticas”.
A posição do influente senador e ex-candidato à nomeação presidencial pelo Partido Democrata surge numa altura em que os Democratas na Câmara de Representantes e no Senado discutem como impor condições para futuras ajudas militares a Israel, referiram ao Politico dois membros do partido.
O primeiro dia sem bombas em Gaza
No primeiro dia sem bombas desde 7 de Outubro na Faixa de Gaza, houve quem se atrevesse a dar um passeio para encontrar destruição, quem visitasse e abraçasse pessoas que não via há muito, e quem fizesse uma homenagem a quem morreu, já que não foi possível em muitos casos fazer funerais por causa dos bombardeamentos (morreram mais de 1400 pessoas).
Apesar de ter entrado mais ajuda humanitária – 137 camiões, segundo o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), quando nos últimos tempos têm sido apenas dezenas – a situação continuava a ser de carência aguda.