Amazon atingida por greves e protestos em toda a Europa durante a Black Friday
Trabalhadores da Alemanha, Inglaterra, Itália, França e Espanha protestam contra a empresa norte-americana de comércio electrónico naquele que é um dos dias de compras mais movimentado do ano.
Vários trabalhadores da Amazon estão em greve nesta sexta-feira, 24 de Novembro. “Make Amazon Pay” (“Faça a Amazon pagar”) é uma campanha coordenada pela UNI Global Union. Greves e protestos chegam a mais de 30 países.
De acordo com o sindicato alemão Ver.di, 2000 trabalhadores aderiram à greve naquele que foi, em 2022, o segundo maior mercado da empresa. Num armazém em Rheinberg, os 500 trabalhadores em greve representam quase 40% da força de trabalho.
Já um porta-voz da Amazon no país disse que apenas um pequeno número de trabalhadores estavam em greve e que os trabalhadores recebem salários justos, com um salário inicial de mais de 14 euros por hora. O porta-voz afirmou ainda as greves não irão afectar as entregas de pedidos da Black Friday.
Em Inglaterra, conta-se a greve de mais de 200 trabalhadores do armazém Coventry. Protestam por um aumento salarial para 15 libras por hora (cerca de 17 euros) e melhores condições de trabalho.
Um porta-voz da Amazon no Reino Unido disse que o pagamento inicial mínimo parte das 11,80 libras por hora (13,60 euros) e que aumentaria para até 13 libras (14,98 euros) a partir de Abril de 2024. A empresa disse ainda que a greve não causaria interrupções.
Em Itália, o sindicato CGIL disse que mais de 60% dos trabalhadores do armazém em Castel San Giovanni estavam em greve, enquanto a Amazon disse que mais de 86% dos seus trabalhadores vieram trabalhar e que não houve impacto nas operações.
Em França, os armários destinados às encomendas da empresa — localizados em estações de comboio, estacionamentos de supermercados ou esquinas de ruas — foram tapados com cartazes e fitas, de acordo com a organização anti-globalização Attac, organizadora do protesto. Amazon desmentiu a inacessibilidade dos 40 armários referidos.
Em Espanha, o sindicato espanhol CCOO pediu que os trabalhadores do armazém e entrega da Amazon fizessem uma greve de uma hora em cada turno na Cyber Monday, a 27 de Novembro.
Originalmente associada às multidões nas grandes lojas, a Black Friday tem uma expressão online cada vez maior. Parte da internacionalização da data foi incentivada pela Amazon, que resiste ao crescimento de rivais como a Shein e Temu.