Peugeot 308 SW estreia electricidade no segmento das carrinhas

O familiar representa a entrada da Peugeot no segmento C eléctrico. Paralelamente, o 208 foi renovado e conta com mais uma proposta 100% eléctrica.

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Peugeot e-308 SW Tibo/The Good Click
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Peugeot e-308 SW e Peugeot e-208 Tibo/The Good Click
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As carrinhas já foram o tipo de carroçaria preferido dos portugueses. Depois, a indústria tirou da manga os sport utility vehicles (SUV), com os quais praticamente esmagou a saída dos monovolumes e ainda roubou as atenções às carrinhas — actualmente, a cada dois ligeiros de passageiros vendidos, um é SUV. Poucas foram as que sobreviveram ao fenómeno, mas a versão SW do compacto familiar 308 manteve-se no portefólio da Peugeot e com sucesso. “É a carrinha mais vendida em Portugal entre todos os segmentos”, informa a marca, com “entre 17% e 18% de quota”.

Dois anos depois da estreia da terceira geração do compacto familiar francês, que conquistou o título de Carro do Ano em Portugal, a variante carrinha, lançada em Maio de 2022, persegue o objectivo de manter aquela quota e até de a aumentar, já que, com a estreia da mecânica 100% eléctrica no segmento (a Opel, sob o mesmo chapéu da Stellantis, tem a Astra Sports Tourer Electric, mas esta só deverá chegar ao mercado depois da rival francesa), pisca o olho a quem se manifesta preocupado com a mobilidade fóssil — e, claro!, às empresas, que passam a contar com mais um modelo capaz de beneficiar de medidas fiscais.

O 308 eléctrico, quer na forma de berlina, quer com recorte de carrinha, representa também a entrada da Peugeot no segmento C eléctrico, no qual pretende crescer nos próximos tempos. O 408 sem emissões, assim como o SUV 3008 deverão chegar na primeira metade do próximo ano, enquanto o 5008, de sete lugares, tem data de estreia reservada para o fim de 2024. Mas, para, já o foco concentra-se no 308.

Em Portugal, a berlina, que pode ser configurada com dois níveis de equipamento (Allure e GT), acabou por chegar, sendo proposta, em campanha, a partir de 42.000 euros. Já a SW, cujas primeiras unidades começarão a dar entrada nos concessionários a partir de Dezembro, vai custar 43.100 euros, na versão Allure, e 45.100, com a configuração GT.

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Peugeot e-308 SW Tibo/The Good Click
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Ambas as carroçarias são servidas por um novo motor eléctrico, a debitar 115 kW (156cv) de potência e com binário máximo de 260 Nm, o que faz com que se comportem, como houve oportunidade para testar, de forma segura, sobretudo na necessidade de alguma ultrapassagem. A bateria, também nova (a composição química passou para 80% níquel, 10% manganês e 10% cobalto), tem uma capacidade de 54 kWh (51 kWh úteis), propondo uma autonomia de 415 quilómetros, no caso do hatchback, e de 409, para a station wagon. A reposição de energia pode ser realizada até 11 kW em corrente alternada ou até 100 kW em corrente contínua (menos de 30 minutos para repor 80% da carga).

Além da optimização da mecânica e das melhorias na bateria, houve uma preocupação extra com a aerodinâmica, nomeadamente na secção dianteira e inferior da carroçaria, mas também na redução de perdas por atrito, com a inclusão de pneus classe A. E o alcance total da bateria pode ser optimizado (ou não) recorrendo aos modos de condução (Eco, Normal e Sport), mas também à função Brake, que aumenta o nível de regeneração de energia proveniente da inércia.

Tanto o e-308 e o e-308 W dão provas de conforto quando postos à prova, mas há uma maneabilidade extra que se sente com a berlina, sobretudo em traçados mais sinuosos. Mas, em qualquer uma das variantes, as suspensões foram trabalhadas para absorverem irregularidades e garantirem um comportamento que rima com estabilidade.

A diferença entre ambas está, naturalmente, no espaço. Com 4636 mm de comprimento, mais quase 27 centímetros do que a berlina, a carrinha é mais acolhedora para os passageiros da segunda fila e a mala apresenta uma generosa volumetria de mais de 600 litros, que cresce com o rebatimento dos bancos traseiros.

O interior, tal como na restante gama, destaca-se por um volante compacto, combinado com o i-Cockpit assente numa instrumentação digital de dez polegadas (no nível GT, é a três dimensões), e por um ecrã central táctil, de similares dimensões, com todo o sistema de infoentretenimento e capaz de recriar as funcionalidades do smartphone, através do Android Auto ou do Apple CarPlay. A Peugeot mantém ainda a aposta nas teclas de acesso rápido.

Ambas as silhuetas chegam com ajudas à condução de última geração, incluindo controlo de velocidade adaptativo com função de pára-arranca, monitorização de longo alcance (até 75 metros) do ângulo morto e alerta de tráfego traseiro, que chama a atenção para potenciais perigos ao fazer marcha-atrás.

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Peugeot e-208 Tibo/The Good Click

e-208, aposta reforçada

Se, no segmento C, o 308 é o primeiro Peugeot eléctrico, o 208 já tem um longo historial para exibir — a marca francesa estreou-se neste capítulo em 2019, tendo o modelo conquistado o Carro Internacional do Ano (nos prémios nacionais, arrecadou a categoria dos citadinos num ano em que o Toyota Corolla ganhou o pódio). Mais relevante: desde o seu lançamento, é a berlina mais vendida do seu segmento no país, tendo mesmo conseguido o primeiro lugar das vendas dos ligeiros de passageiros (lugar que perdeu para um rival da casa, o 2008).

Agora, o compacto utilitário foi alvo de um facelift, que se nota ao primeiro olhar, com uma frente e uma assinatura de luz mais em linha com a restante gama. Houve ainda um trabalho de renovação em todas as mecânicas, com as versões eléctricas (com as quais também é líder de vendas no seu segmento) a serem reforçadas, recebendo, a partir de Dezembro, o mesmo motor que dá vida ao 308 eléctrico, de 115kW/156cv para uma autonomia de 410 quilómetros (WLTP, 566 em urbano), graças à inclusão da bateria de nova composição. Nesta variante, o e-208 será comercializado desde 33.000 euros com oferta de Wallbox e com quatro anos de garantia. Nesta leva, chegam ainda os blocos térmicos de 75 e 100cv, a partir de 19.200 euros.

Para a Primavera, é aguardado o eléctrico mais modesto, com motor de 136cv e bateria de menor capacidade para autonomia de 360 quilómetros. Ainda não há valores, mas é possível que o preço seja trabalhado para se posicionar abaixo da linha psicológica dos 30 mil. Nesta remessa, são aguardadas ainda duas mecânicas de hibridização suave, de 48V, o MHEV 100 e o MHEV 136.

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