Governo aprova criação do Parque Marinho do Recife do Algarve

O Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado situa-se entre Lagoa, Armação de Pera (Silves) e Albufeira.

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As gorgónias no recife da Pedra do Valado PEDRO VEIGA/CCMAR

O Conselho de Ministros aprovou nesta quinta-feira a criação do Parque Natural Marinho do Algarve – Pedra do Valado, uma área marinha com cerca de 156 quilómetros quadrados que abrange a costa de Albufeira, Lagoa e Silves.

"Foi aprovada a resolução que cria o Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado, de âmbito nacional, que consiste na área marinha da costa de Albufeira, Lagoa e Silves, com uma área total de aproximadamente 156 km2", pode ler-se no comunicado do Conselho de Ministros.

O Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado, situado entre Lagoa, Armação de Pera (Silves) e Albufeira, resultou de um trabalho conjunto do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg) e da Fundação Oceano Azul, que propuseram a criação de uma área marinha protegida de interesse comunitário ao Governo, em Maio de 2021.

Considerada uma das zonas mais importantes de pesca no mar do Algarve, o local concentra perto de 900 espécies piscícolas, 12 das quais novas para a ciência.

A proposta de classificação do parque foi aprovada no início de Junho e a sua consulta pública terminou em 4 de Agosto.

A proposta final de criação do parque foi contestada pelos pescadores de Quarteira que acusaram os promotores de "falta de diálogo", alegando que o modelo económico apresentado "não garante um tratamento igual" para todos os profissionais da pesca costeira, já que as pequenas embarcações vão ficar impedidas de pescar, resultando em "três milhões de euros de perdas anuais".

Por seu turno, o CCMAR e a Fundação Oceano Azul consideraram que os "diversos argumentos" dos pescadores "não correspondem à realidade dos factos".

Para os promotores, os valores referidos pelos profissionais da pesca estão "substancialmente inflacionados, porque se baseiam numa premissa incorrecta", a da eventualidade das embarcações de Quarteira deixarem de pescar em toda a área do parque, cenário que "não está, nem nunca esteve, previsto".