Encerramento por cinco anos do Pompidou põe trabalhadores em greve

Pompidou fecha em 2025 para requalificação que levará cinco anos e, temendo pelos postos de trabalho, funcionários do museu viram trabalhadores da Biblioteca Pública juntarem-se à paralisação.

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Trabalhadores do Centro Pompidou estão em greve desde 16 de Outubro Reuters/SARAH MEYSSONNIER
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A greve no Centro Pompidou, a mais importante instituição dedicada à arte moderna e contemporânea em França, que dura desde 16 de Outubro, ganhou novos aliados. Os trabalhadores do museu decidiram por unanimidade prolongar a greve até 15 de Dezembro e, esta terça-feira, o pessoal afecto à Biblioteca Pública, instalada no centro e a mais visitada de Paris, anunciou ter votado favoravelmente a juntar-se ao protesto. Esta quinta-feira, também eles entrarão em greve.

A luta dos trabalhadores do Pompidou decorre da decisão, anunciada em Janeiro de 2021, de encerrar o Pompidou para obras de renovação que se prolongarão durante cinco anos. A greve é motivada pelos receios dos trabalhadores quanto ao seu destino durante o longo período em que o centro estiver encerrado.

O Ministério da Cultura francês determinou que aproximadamente metade dos funcionários (480 de um total de 1000) será transferida para o Grand Palais, para os depósitos das colecções dos museus, para um novo centro de conservação, em Massy, nos subúrbios a sul de Paris, e para a própria biblioteca, que se mudará para um novo edifício na capital francesa. Uma das exigências dos trabalhadores da Biblioteca Pública é, precisamente, serem informados de forma transparente sobre como se processará e o que implicará esta mudança.

O anúncio da greve dos trabalhadores da Biblioteca Pública aconteceu no dia em que cerca de 250 pessoas se manifestaram no Pompidou em apoio aos grevistas, que a vêm cumprindo de forma rotativa entre os seus departamentos, prática que será mantida até 15 de Dezembro.

Há uma semana, dia 14 de Novembro, uma reunião entre os sindicatos, o Ministério da Cultura, liderado por Rima Abdul-Malak, e a direcção do centro terminou sem acordo. Os sindicatos, noticiava a AFP, exigiam a garantia da tutela de que, no processo, não se procederá a externalizações, a manutenção do número de postos de trabalho no Pompidou e a reintegração dos trabalhadores nas suas funções originais quando da reabertura. O ministério recusou tais exigências, alegando que a distância temporal até à reabertura é demasiado longa para que se possa comprometer com tais promessas.

A intervenção no Centro Pompidou, inaugurado no dia 1 de Janeiro de 1977, projecto assinado por uma equipa liderada pelo arquitecto italiano Renzo Piano, tornou-se inevitável dada a corrosão dos materiais usados na construção do edifício com armação tubular transparente, amplas janelas e o célebre elevador panorâmico. “Tínhamos duas hipóteses sobre a mesa: uma consistia em avançar com o restauro mantendo o Centro em actividade: a outra era o fecho completo. Escolhi a segunda, porque é a que demora menos tempo, e a menos dispendiosa”, anunciou em Janeiro de 2021 a então ministra da Cultura francesa Roselyne Bachelot-Narquin.

Em comunicado, a instituição dava também conta que as obras serão necessárias para “a remoção total do amianto e renovar o edifício respondendo às normas de segurança, técnicas e energéticas actualmente em vigor, assim como às condições de acessibilidade para os visitantes deficientes”.

O plano anunciado na altura previa o encerramento no final de 2023 e o fim das obras em 2027, a tempo de celebrar o 50.º aniversário do Centro Pompidou. O custo anunciado era de 200 milhões de euros. Entretanto, a agenda dos trabalhos foi alterada (o Centro fechará cinco anos a partir de 2025) e os custos aumentaram para 262 milhões de euros.

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