Astronautas sofrem maior risco de disfunção eréctil
Para além do desgaste muscular e ósseo, os problemas do aparelho sexual juntam-se à lista de possíveis efeitos secundários de uma ida ao espaço, revela um estudo científico financiado pela NASA.
Os astronautas do sexo masculino podem enfrentar um risco acrescido de disfunção eréctil após viagens prolongadas ao espaço, revelou um estudo científico financiado pela NASA. Esta foi a primeira investigação sobre os efeitos da radiação cósmica e da microgravidade na saúde sexual masculina, noticia o jornal britânico The Guardian.
A investigação foi conduzida pela Universidade de Wake Forest e liderada por Justin La Favor, especialista em disfunção neurovascular na Universidade da Florida. Os resultados mostraram que as radiações cósmicas e, em menor intensidade, a microgravidade podem prejudicar a função dos tecidos erécteis com efeitos potencialmente duradouros.
Este problema junta-se a uma longa lista de condições comuns nos viajantes espaciais, como o desgaste muscular, a perda de densidade óssea e um risco acrescido de cancro, entre outros efeitos. No entanto, La Favor afirma que há certos antioxidantes que poderão ajudar a mitigar os problemas de disfunção eréctil decorrentes da microgravidade e das radiações cósmicas.
Esta notícia surge numa altura em que a NASA planeia missões espaciais prolongadas, com o regresso à Lua e a chegada a Marte como objectivos. O programa Artemis planeia enviar astronautas para a Lua já em 2024, a primeira viagem tripulada desde 1972, e para Marte em 2040.
Desde os primórdios da exploração espacial, a comunidade científica estuda os efeitos da microgravidade e da radiação na fisiologia humana. Esse estudo levou à implementação de várias medidas preventivas ao longo dos anos, como é o caso dos regimes especiais de exercício físico para prevenir a perda de massa muscular e de densidade óssea.
No entanto, os efeitos na função sexual masculina ainda não tinham sido matéria de estudo. A equipa responsável pelo novo estudo defendem agora a necessidade urgente de continuar a investigar a saúde sexual dos astronautas.
A Terra está protegida das radiações cósmicas pelo seu campo magnético e atmosfera. Nas viagens à Lua e a Marte, porém, não há uma barreira semelhante entre o ser humano e as radiações. Apesar de os astronautas usarem protecções, durante uma semana o seu corpo é sujeito à mesma quantidade de radiações que, em Terra, receberia durante um ano.