Eslováquia aprova Governo de Robert Fico que promete suspender ajuda militar a Kiev

Robert Fico conseguiu reunir o apoio de uma maioria parlamentar, numa coligação com o centro-esquerda e a direita radical, para avançar com a promessa de travar o apoio às Forças Armadas da Ucrânia.

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Robert Fico tomou posse como primeiro-ministro da Eslováquia pela quarta vez Reuters/RADOVAN STOKLASA
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O Parlamento eslovaco aprovou esta terça-feira o Governo formado por Robert Fico, que durante a campanha eleitoral prometeu suspender a ajuda militar estatal à Ucrânia, além de garantir a Vladimir Putin que poderia visitar a Eslováquia sem que Bratislava concretizasse o mandado de detenção do Presidente russo emitido pelo Tribunal Penal Internacional.

Ao contrário do que previam as sondagens à boca das urnas, Fico venceu as eleições legislativas em Setembro depois de uma campanha de tom populista que teve na mira os meios de comunicação social independentes, os parceiros ocidentais, incluindo os Estados Unidos, e as políticas e valores liberais europeus.

Foi nomeado primeiro-ministro pela quarta vez pela Presidente, Zuzana Caputova, a 25 de Outubro, depois de já ter iniciado mandatos em 2006, 2012 e 2016.

Sem maioria absoluta conquistada nas urnas, Robert Fico formou uma coligação entre o seu partido, o Smer (Direcção – Social-Democracia), de centro-esquerda nacionalista, o Hlas (A Voz), partido formado por dissidentes do Smer, mais moderado e europeísta, e o Partido Nacionalista Eslovaco, de direita radical e assumidamente pró-russo.

Reúne, assim, o apoio de uma maioria parlamentar, uma vez que os três partidos da coligação somam 79 dos 150 deputados eleitos.

A coligação apresentou o seu programa político na semana passada e o Parlamento aprovou-o esta terça-feira, após quatro dias de debates, com 78 votos a favor, 65 votos contra e sete abstenções.

Da agenda política consta um imposto especial sobre os lucros da banca e medidas para reduzir as taxas de juro no crédito à habitação. Aponta ainda para a redução do défice público para 0,5% do produto interno bruto em 2024, num momento em que o país regista o maior défice da zona euro, estimado em quase 7% do PIB este ano.

O programa inclui a promessa que marcou a campanha de Robert Fico de suspender a ajuda militar da Eslováquia à Ucrânia, enquanto o país vizinho combate a ocupação russa, ao mesmo tempo que reconhece as fronteiras internacionais ucranianas.

Reitera também a oposição ao fim do direito de veto de cada Estado-membro da União Europeia, assim como a transição para a votação por maioria em algumas áreas.

A oposição eslovaca votou contra o programa do Governo, referindo os ataques de Fico aos meios de comunicação social independentes e a demissão de altos quadros da polícia responsáveis pela investigação de membros da nova coligação por suspeitas de corrupção.

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