Há três anos que a Catalunha vive um período de seca extrema. Apenas ocorreu precipitação normal na primavera de 2022 e no verão de 2023. Por isso, o Governo declarou, esta terça-feira, situação de pré-emergência para Barcelona e já definiu as medidas a cumprir, avança o El País.
Ao contrário do que já acontece noutras localidades espanholas, não se prevê, para já, um corte no fornecimento para a cidade condal. No entanto, a pressão de abastecimento será reduzida para que o consumo diário por habitante desça 20 litros (de 230 para 210). Estas medidas surgem de modo a evitar a entrada em estado de emergência mais cedo do que o previsto. Mantendo-se a falta de precipitação, é muito provável que no final de Dezembro se atinja um estado de emergência.
Esta fase passará por um maior foco na consciencialização do cidadão para um uso cuidadoso da água, mas já há algumas restrições. É proibida a rega de parques e jardins públicos ou privados (excepto para árvores e espaços dedicados a desporto federado), a limpeza de veículos e ruas com água potável e encher piscinas privadas ou fontes ornamentais de uso individual. Ainda não há restrições nos sectores económicos, mesmo com a redução de 15% na água disponível.
David Mascort, conselheiro da Acção Climática, deixou um apelo à população. “Todos devemos fazer um esforço extra para gerir adequadamente os recursos de que dispomos”, cita o El País. O conselheiro ainda afirmou que não recorrerá “a nenhum santo ou virgem” para pedir chuva, aludindo à atitude de Francesc Baltasar, conselheiro do Meio Ambiente em 2008. “Confio na cidadania da área metropolitana, que conseguiu manter o consumo o mais baixo possível nos últimos meses. A água durará o máximo que pudermos estendê-la”, garantiu.
Ao nível da campanha de consciencialização, serão realizadas campanhas informativas sobre a economia da água na grande maioria dos edifícios públicos (escolas e hospitais, por exemplo). Adicionalmente, será lançada uma campanha de apoio às iniciativas turísticas que reduzam o consumo de água.
Segundo o mesmo jornal espanhol, Mascort afirma que as medidas de 2021 do Plano Especial de Seca foram cruciais para que Barcelona não entrasse um ano mais cedo em estado de emergência, mas que está “convencido de que, com o esforço de todos, o país superará o desafio”.
Estão a ser estudadas as possibilidades de trazer água em navios, como ocorreu em 2008. A falta de perspectiva de chuva a curto e médio prazo, bem como as elevadas temperaturas e os baixos níveis nas bacias hidrográficas internas (18,85% da sua capacidade) justificam as medidas que agora afectam 202 municípios e mais de cinco milhões de habitantes.