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Activistas climáticos bloqueiam sedes dos partidos em Lisboa

Os estudantes colocaram brinquedos para cães à porta da sede do Chega para simbolizar que os militantes do partido são “cães de guarda do sistema fóssil” que ladram “a quem se lhe opõe”.

Activista climático colado à porta da sede do PS, no Rato
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Activista climático colado à porta da sede do PS, no Rato DR
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Activista na sede do Bloco de Esquerda DR
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Jovem da Greve Climática Estudantil na sede do Livre DR
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Estudante colada à porta da sede do PAN DR
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Um grupo de activistas da Greve Climática Estudantil (GCE) bloqueou nesta terça-feira de manhã a entrada das sedes dos partidos com representação parlamentar, em Lisboa, colando-se à porta dos edifícios ou impedindo a entrada com correntes, e entregou um plano para uma transição justa às forças políticas. No caso do Chega, os activistas colocaram brinquedos para cães à porta. Só o PS chamou a polícia e o activista que bloqueou a sede do Rato foi detido.

"Os estudantes impediram as entradas nos edifícios de várias formas, e têm consigo propostas de planos sobre como os partidos podem garantir o fim ao fóssil até 2030 e electricidade 100% renovável e acessível até 2025" para assegurar que "este é o último Inverno de gás em Portugal", explica a GCE num comunicado.

Os activistas referem ainda que espalharam brinquedos à entrada da sede do Chega para mostrar que os membros do partido são "cães de guarda do sistema fóssil" que saem à rua "para ladrar a quem se lhe opõe". "O Chega diz ser uma alternativa ao sistema, mas, como se viu na semana passada, quando alguém se opõe a esse sistema, eles saem para ladrar", defende Ideal Maia, o activista que foi até à sede do partido de André Ventura, num vídeo enviado ao PÚBLICO.

O jovem referia-se ao facto de a deputada Rita Matias ter distribuído panfletos contra o activismo climático na passada quinta-feira, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, em Lisboa, o que levou à sua expulsão do recinto por dezenas de estudantes.

Num outro vídeo, o activista que colou as mãos à porta da sede do PS e foi detido por três polícias defende que não será possível combater a crise climática "dentro do sistema fóssil, gerido pelo mercado e o lucro das pessoas". "Nenhum governo pode ser legítimo enquanto nos continuar a matar", declarou, pedindo ao PS que esclareça se quer "servir o lucro e o mercado" ou "representar-nos".

Na mesma linha, Leonor Chicó, a activista que se colou à entrada da sede do Bloco de Esquerda, defendeu que "qualquer partido que vá formar governo tem de ter um plano compatível com a ciência climática que garanta um serviço público de energias renováveis". E insistiu que "nenhum governo que não tenha este plano tem legitimidade social”.

Houve ainda uma mensagem transmitida pelo estudante que se colou à sede distrital do PSD de Lisboa, e que desafiou os sociais-democratas a pronunciarem-se sobre o tema. "O negacionismo climático das instituições está a comprometer o nosso futuro e não nos garante um planeta habitável", afirma Vicente Magalhães, que acusa os partidos de não terem um "plano adequado à realidade climática" e assegura que o plano da GCE "garante esse futuro".

“Eu estou aqui porque o PCP tem de se pronunciar: quer fazer parte deste sistema ou acabar com o sistema fóssil que põe o lucro à frente da vida?”, questionou também Matilde Ventura, que fechou a sede dos comunistas com correntes, e defendeu que as instituições "estão a falhar miseravelmente" ao "ignorar a crise climática".

A sede da Iniciativa Liberal foi a única que não foi bloqueada pelos activistas por se localizar no Porto. Na sexta-feira, a GCE vai ocupar o Ministério do Ambiente numa acção que parte da praça Camões às 11h, intitulada Visita de Estudo.