Qatar diz que acordo de reféns está dependente sobretudo de “desafios logísticos”

EUA e Israel dizem que não há ainda acordo que implicaria uma libertação de dezenas de reféns em troca de uma pausa de cinco dias na ofensiva na Faixa de Gaza.

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Mohammed Bin Abdulrahman al-Thanisaid, primeiro-ministro do Qatar, e Josep Borrell, alto representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia IMAD CREIDI/Reuters
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O primeiro-ministro do Qatar afirmou este domingo que os principais pontos para um acordo que leve à libertação de dezenas de reféns israelitas nas mãos do Hamas estão fechados e que a principal questão em aberto é de logística.

“Os desafios que se mantém nas negociações são menores comparado com os desafios maiores, são mais logísticos, são mais práticos”, declarou o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed Bin Abdulrahman al-Thanisaid, numa conferência de imprensa com o responsável pela política externa da União Europeia Josep Borrell. “Tem havido altos e baixos em algumas alturas durante as últimas semanas. Mas penso que sabem que estou mais confiante de que estamos muito perto de conseguir um acordo que possa trazer as pessoas para casa em segurança”, disse ainda o chefe do Governo do Qatar, citado pela agência Reuters.

A afirmação segue-se a uma notícia, dada no sábado pelo diário norte-americano The Washington Post, sobre um potencial acordo que implicaria uma suspensão, durante cinco dias, de todas as operações de combate enquanto grupos de reféns – num total de 50 ou mais – iam sendo libertados, em grupos menores, um grupo por dia.

O diário norte-americano disse que apesar de parecer que o acordo tinha boas hipóteses, “não é ainda claro se Israel iria concordar em fazer uma pausa na sua ofensiva na Faixa de Gaza”.

A porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca Adrienne Watson fez uma publicação na rede social X (antigo Twitter) dizendo que não há ainda acordo, mas continuamos a trabalhar arduamente para chegar a esse acordo.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que não há acordo e referiu muitos relatos” e rumores incorrectos”.

Uma potencial libertação de um grupo maior de reféns pelo Hamas tem sido referida repetidamente como podendo estar próxima, mas nunca chegou a verificar-se.

Até agora, o Hamas libertou quatro reféns, primeiro uma mãe e filha com dupla cidadania, israelita e americana, e de seguida duas mulheres israelitas com mais de 70 anos. Uma militar foi resgatada pelo Exército israelita com vida, e esta semana foram encontrados e resgatados os corpos de duas reféns, uma militar e uma mulher doente oncológica.

O Governo da Tanzânia anunciou ainda que foi encontrado o corpo de um refém, Clemence Mtenga, levado pelo Hamas e que o corpo seria repatriado, sem dar detalhes sobre como foi encontrado ou retirado de Gaza.

Uma marcha de familiares e amigos dos cerca de 240 reféns que estão em poder do Hamas na Faixa de Gaza juntou milhares de pessoas e chegou no sábado a Jerusalém, depois de ter saído de Telavive cinco dias antes. As famílias pedem mais acção do Governo para negociar a libertação dos reféns.

*com Reuters

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