Portugal bateu os seus recordes frente à Islândia

Selecção nacional fechou a campanha para o Euro 2024 com a décima vitória em dez jogos, desta vez com um 2-0 em Alvalade frente aos nórdicos.

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Bruno Fernandes marcou o primeiro golo em Alvalade Reuters/PEDRO NUNES
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Terminou de forma tranquila a qualificação mais tranquila da história da selecção portuguesa. Em Alvalade, Portugal carimbou uma qualificação perfeita para o Euro 2024 com um triunfo por 2-0 sobre a Islândia no último dia de competição do Grupo J. Foi a décima vitória em dez jogos naquela que foi a primeira vez que Portugal fez o pleno a caminho de uma grande competição e a primeira vez que ganhou 10 jogos seguidos. E fê-lo batendo o seu próprio recorde de golos marcados, 36 – o anterior máximo era de 35 na campanha para o Mundial 2006. Nesta qualificação de recordes, só Ronaldo é que ficou sem a distinção de melhor marcador – seria bem difícil ultrapassar os 14 de Romelu Lukaku, depois dos quatro do belga durante a tarde, e o capitão da selecção ficou a zero.

Depois da sua melhor imitação de cientista louco no jogo com o Liechtenstein, Roberto Martínez deixou cair a sua experiência de jogar com sete avançados e inverteu a pirâmide para um esquema mais normal. Defesa a quatro (Inácio voltou ao “onze”, João Mário foi titular), três no meio-campo (Palhinha, Otávio e Bruno) e três na frente (Bernardo, Félix e Ronaldo). Equipa equilibrada, sem adaptações, em que os jogadores sabiam o que fazer. A táctica “tudo para a frente” não serviria para uma equipa como a Islândia, que pode não ser a mesma que brilhou no Euro 2016, mas que continua a ser uma selecção sólida e capaz de criar perigo.

Podia não ser o “tudo para a frente”, mas Portugal não abdicava de manter o jogo tanto quanto possível em zona de ataque. Palhinha era, muitas vezes, o homem mais recuado e os centrais Inácio e Dias estavam em zona de construção no apoio aos alas. Era preciso criar superioridade numérica frente a um adversário com as linhas baixas. E era preciso, sobretudo, paciência. Bola para um lado, bola para o outro, triangulações curtas, desmarcações, voltar atrás e tentar outra vez.

Logo aos 7’, numa destas situações, João Félix consegue desequilibrar no ataque, deixa em Bruno Fernandes, que, depois, deixa para Otávio. Sem linha de passe, o médio do Al-Nassr tentou o chapéu ao guarda-redes Valdimarsson e falhou o golo por pouco – a bola bateu na trave. A partir da esquerda, sempre em dupla com Cancelo, Félix seria um dos mais inspirados da selecção portuguesa durante a primeira parte.

Mas a Islândia também tinha em si a capacidade de criar perigo e tentou sempre pelo mesmo lado, o seu flanco esquerdo. Não esteve longe de inaugurar o marcador aos 17’, quando uma clareira se abriu na defesa portuguesa e Sygurdsson arrancou um remate cruzado que passou perto da baliza de Diogo Costa.

Ronaldo foi tentando o golo várias vezes, mas não foi com ele que Portugal se aproximou mais. Aos 21’, Félix atirou ao lado após cruzamento de Fernandes, e o mesmo destino teve um cabeceamento de Inácio após nova solicitação do capitão do Manchester United.

Apesar do domínio e do volume ofensivo, não estava a resultar. Teve de ser à bomba. Aos 37’, Bernardo Silva recebeu a bola na área, esperou pela entrada de Bruno Fernandes, que, à entrada da área, atirou a contar. Estava desbloqueado o marcador e bem encaminhado o pleno. Agora era fazer com que o que restava do jogo fosse à prova de riscos. E isso seria marcar mais golos.

A abrir a segunda parte, Ronaldo voltou a ter na cabeça o golo, depois de uma bela solicitação de João Mário, mas Valdimarsson estava entre CR7 e as redes. O que o guarda-redes islandês não segurou foi um tiro de Félix para a frente. Ronaldo estava lá para tentar emendar, mas quem aproveitou foi o recém-entrado Ricardo Horta para fazer o 2-0, aos 64’.

Já estava mais do que garantido o objectivo de chegar ao recorde, e o secundário de ter o melhor ataque desta fase de qualificação – dificilmente haverá alguém a chegar aos 35 nos jogos que faltam. Melhor do que isto, impossível. Até pareceu fácil – só a campeã mundial França poderá ainda fazer o mesmo nesta qualificação. Mas as verdadeiras dificuldades começam agora.

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