Nápoles está a ser celebrada no Louvre com obras-primas

Filmes de Vittorio de Sica, Rossellini, Massimo Troisi ou Mario Martone em redor de uma exposição com 60 obras-primas da pintura dos séculos XV a XVII.

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Sophia Loren e Marcello Mastroianni em Casamento à Italiana
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As Mãos Sobre a Cidade, de Francesco Rossi, outra das obras-primas do ciclo
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Paisà, de Roberto Rossellini: a homenagem a um cineasta dentro da homenagem a uma cidade
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Morte de um Matemático Napolitano, o filme mais emblemático de um realizador, Mario Martone, obcecado por uma cidade
,Estou começando do três
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Massimo Troisi, um actor e um cineasta cuja obra não é suficientemente conhecida em Portugal: Ricomincio da Tre
Special: Napoli *** Local Caption *** Vito e gli altri, Antonio Capuano, I 1991, V'17 Special Napoli
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Vito e gli altri, Antonio Capuano, um filme raro
,Maddalena Cerasuolo
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: quatro dias de revolta da cidade, em Setembro de 1943, contra a ocupação alemã
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É uma das cidades no mundo que, pela sua energia e pela sua morbidez, pela miséria e nobreza, mais fascinaram (e ainda assim esconderam os seus segredos?) cineastas: Nápoles. De Vittorio De Sica a Paolo Sorrentino, ou de Sophia Loren a Totò: eis o “cinema napolitano”, eis por isso “Nápoles no cinema”, um conjunto de filmes que formam uma retrospectiva que decorre no Museu do Louvre, em Paris. Onde uma cidade está a ser celebrada numa exposição, Naples à Paris: Le Louvre invite le musée de Capodimonte, que resulta da colaboração do museu francês com a antiga residência de caça dos Bourbon que hoje é a sede de um dos maiores museus de Itália, onde as escolas de pintura italiana estão representadas, e de uma das mais importantes pinacotecas da Europa. Quer pela quantidade quer pela qualidade do património aí conservado.

60 das suas obras-primas, dos séculos XV a XVII, obras de Miguel Ângelo, Rafael, Masaccio, Bellini ou Parmigianino, podem agora ser vistas em três espaços do Louvre até 8 de Janeiro de 2024. Em redor delas, há cinema, até 26 de Novembro: uma selecção de clássicos italianos, e também filmes estrangeiros, duas cartas brancas a Isabella Rossellini, que é madrinha do festival, e ao realizador Paolo Sorrentino.

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Viagem a Itália, de Roberto Rossellini, uma homenagem da filha, Isabella, no ciclo do Louvre

Isabella não é napolitana mas é uma apaixonada de Nápoles. Tal como era o seu pai, Roberto Rossellini, que filmou a cidade em Viagem a Itália (1954), O Milagre, um dos episódios de L'Amore (1948), ou Paisà (1946). Para além destas homenagens ao pai, Isabella fará ainda descobrir aos espectadores do ciclo filmes como Passione, de John Turturro, documentário de 2010 sobre a canção napolitana, Così parlò Bellavista (1984), de Luciano De Crescenzo, e A Mão de Deus (2021), tributo de Sorrentino à sua cidade natal.

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Totò será homenageado na sessão de encerramento do ciclo, a 26 de Novembro

Ele próprio, Sorrentino, escolheu para o Louvre cinco filmes rodados em Nápoles: O Ouro de Nápoles, de Vittorio De Sica (1954), que com uma das suas histórias fez de Sophia Loren-vendedora-de-pizzas, definitivamente, uma estrela e que é uma reserva que contém muito do ouro que havia no sopé do Vesúvio, de Totò, principe della risata, a Eduardo De Filippo; Ricomincio da tre de Massimo Troisi (1981), actor de berço napolitano que fez parte do sucesso mundial O Carteiro de Pablo Neruda (1994), o último filme que rodou antes de morrer, mas que é um realizador injustamente pouco conhecido fora de Itália ou muito menos do que os seus colegas de humor Nanni Moretti e Roberto Benigni; Morte de um Matemático Napolitano, de Mario Martone (1992), ainda o título mais emblemático de um cineasta obcecado pela sua densa e pastosa cidade; o muito raro Vito e gli altri de Antonio Capuano (1991), nome de uma vaga "napolitana" dos anos 90, com o seu a todos os títulos emblemático I vesuviani (1997), e que, com Martone e Pappi Corsicatto, figura no cabeçalho de um livro importante sobre a sua geração: I "pori" di Napoli. Il cinema de Mario Martone, Antonio Capuano e Pappi Corsicato.

Em Outros Olhares sobre Nápoles, a proposta do crítico e escritor Antonio Monda, que apresenta as obras que escolheu, far-se-á com As Mãos sobre a Cidade de Francesco Rosi (um filme de 1963 que neste momento temos a sorte de o poder também ver no Nimas, em Lisboa, integrado numa curta homenagem ao cineasta), Casamento à Italiana, de Vittorio de Sica (1964), um dos mais gloriosos, mesmo épicos, filmes do par Sophia Loren/Marcello Mastroianni, adaptando Filomena Marturano de Eduardo Di Filippo, Carosello Napoletano, de Ettore Giannini (1954), com La Loren, Le Quatro Giornnate de Napoli, de Nanni Loy (1962), sobre os quatro dias de revolta da cidade, no final de Setembro de 1943, contra a ocupação alemã, A Pele, de Liliana Cavani (1981), com Mastroianni e baseado em Curzio Malaparte, e The Talented Mr. Ripley, de Anthony Minghella (1999), adaptando Patricia Highsmith.

A soirée de encerramento do festival será dedicada a Antonio Griffo Focas Flavio Angelo Ducas Comneno Porfirogenito Gagliardi De Curtis di Bisanzio, ou mais simplesmente Antonio De Curtis: o sublime Totò.

Notícia actualizada com data em que a exposição está patente no Louvre

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