Comité central do PCP reúne-se este sábado com eleições antecipadas em pano de fundo
Esta será a primeira reunião do comité central do PCP desde que António Costa se demitiu e Marcelo Rebelo de Sousa convocou eleições antecipadas.
O comité central do PCP reúne-se este sábado para analisar a situação política e social, assim como as tarefas do partido, naquela que será a primeira reunião da direcção comunista desde que foram convocadas eleições legislativas antecipadas.
As conclusões desta reunião serão apresentadas às 12h de domingo na sede nacional do PCP, em Lisboa, pelo secretário-geral do partido, Paulo Raimundo.
Esta será a primeira reunião do comité central do PCP desde que o primeiro-ministro apresentou a sua demissão, a 7 de Novembro, e o Presidente da República anunciou a dissolução do Parlamento e convocação de eleições antecipadas, para 10 de Março.
Em entrevista à SIC Notícias no passado sábado, Paulo Raimundo foi questionado se o PCP já tinha definido alguma meta para as eleições, tendo respondido que o partido está a preparar "o seu trabalho do ponto de vista eleitoral". "Temos reunião do comité central marcada para o próximo sábado, dia 18, e vamos naturalmente aprofundar essa discussão", referiu na altura.
Nas suas últimas intervenções, Paulo Raimundo tem saudado a decisão do Presidente da República de convocar eleições - apesar de lamentar que não tenham sido marcadas para o final de Janeiro, início de Fevereiro - e manifestado confiança num resultado positivo da CDU.
Questionado sobre uma eventual reconfiguração da "geringonça", o secretário-geral do PCP tem insistido que a "única garantia" para melhorar as condições de vida da população é o reforço da CDU, considerando que a actual maioria absoluta socialista, apesar de ter todas as condições, agravou os problemas em vez de os resolver.
Na quinta-feira, numa sessão pública em Lisboa, Paulo Raimundo assegurou que o PCP não vai amparar uma política que favoreça os grupos económicos, apelando a que não se "alimentem ilusões" sobre essa matéria.
O líder do PCP insistiu nesta mensagem numa entrevista ao Diário de Notícias divulgada na sexta-feira, na qual salientou que o seu partido não quer ser um "acessório na política que o PS está a desenvolver neste momento", acusando o executivo de desmantelar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), alimentar forças reaccionárias e não dar respostas nos salários ou na habitação.
Paulo Raimundo tem também defendido que o facto de PSD e Chega terem admitido a aprovação do Orçamento do Estado para 2024 antes de o Parlamento ser dissolvido é "revelador" das opções do actual Governo, que acusa de estar a implementar uma "política de direita". "Na verdade, para defender os interesses dos bancos, da grande distribuição, das empresas de energia, a direita não precisa de outro orçamento, para isso serve este Orçamento do Estado", defendeu, numa declaração na semana passada.
A última reunião do comité central do PCP ocorreu a 15 e 16 de Outubro, poucos dias antes da votação na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2024.