FC Porto desconvoca assembleia extraordinária de revisão dos estatutos
Direcção solicitou o cancelamento da reunião magna suspensa na passada segunda-feira, na sequência dos desacatos que levaram o Conselho Superior a retirar a proposta de alteração.
A Assembleia Geral (AG) extraordinária de deliberação dos novos estatutos do FC Porto, que havia sido suspensa na segunda-feira e adiada para 20 de Novembro, foi cancelada devido à retirada da proposta pelo Conselho Superior.
De acordo com uma nota assinada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), José Lourenço Pinto, a "desmobilização" surge "por solicitação da direcção" dos vice-campeões nacionais de futebol, tendo em conta a "manifesta falta de objecto" em debate.
A decisão aparece dois dias após uma reunião entre os membros do Conselho Superior, que ratificaram "por unanimidade" e no "superior interesse" do clube "azul e branco" uma moção para remover a proposta de revisão estatutária por si elaborada, cuja deliberação precisaria de dois terços de votos favoráveis, mas nem chegou a suceder durante a AG.
Em comunicado, o órgão consultivo, que é comandado, por inerência, por José Lourenço Pinto, referiu que procura "apaziguar o divisionismo que se quer criar na família portista".
Os trabalhos tinham sido suspensos na segunda-feira pela MAG e, depois, reagendados para 20 de Novembro, no Dragão Arena, na sequência de uma reunião magna agitada e com confrontação entre associados, que, face à forte afluência, mudou de local à última hora, passando de um auditório do Estádio do Dragão para o pavilhão do clube.
A reunião magna reiniciou já depois das 22h30, mas várias pessoas abandonaram o local ao fim de pouco tempo, na sequência de altercações verificadas nas bancadas, conforme atestam vídeos divulgados nas redes sociais e relatos de sócios.
No dia seguinte, a direcção do FC Porto condenou os desacatos e assegurou que vai utilizar "os meios que tem ao alcance para identificar os responsáveis pelas agressões físicas e mobilizará os órgãos sociais", visando a abertura de processos disciplinares, enquanto o Ministério Público (MP) instaurou um inquérito aos incidentes do Dragão Arena.