Taxa de juro do crédito à habitação sobe para 4,433%, acima da dos contratos recentes

Peso dos juros atinge 60% no total dos créditos, o que compara com 25% em Outubro de 2022.

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Encargos com juros atingem 60% das prestações no conjunto dos empréstimos à habitação Manuel Roberto
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A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se em 4,433% em Outubro, uma subida de 16,3 pontos base (ou 0,163 pontos percentuais) face a Setembro (4,270%) e o valor mais elevado desde Março de 2009. A taxa de juro do stock superou a do crédito concedido nos últimos três meses, que foi de 4,380%, o valor mais elevado desde Abril de 2012, revelam os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Relativamente à taxa da carteira de crédito, o INE destaca que, “pelo quinto mês consecutivo, os aumentos da taxa de juro implícita têm vindo a ser progressivamente menos intensos”.

Historicamente, os contratos mais recentes têm sido contratados a taxas de juros mais elevadas do que a do total da carteira, à excepção do período em que as taxas Euribor atingiram o pico de valores negativos (entre Janeiro de 2021 e Março de 2022). Com a actualização crescente dos contratos antigos, a diferença face aos contratados nos últimos três meses foi diminuindo, chegando ao ponto de se inverter em Outubro.

Mas a principal explicação para a taxa do crédito mais recente ter ficado abaixo da do total da carteira está no aumento muito significativo dos novos créditos a taxas fixas ou mistas (inicialmente fixas e depois a variáveis), a maioria dos quais com prazos de fixação muito curtos, como dois anos. E as taxas mistas para prazos curtos estão mais baixas que as variáveis, ou seja, as taxas Euribor, as que estão presentes em perto de 90% do total da carteira.

No conjunto dos contratos destaca-se o aumento constante da componente de juros, que atingiu 60% da prestação média, o que compara com 25% em Outubro de 2022.

A prestação média atingiu o valor máximo desde o início da série (Janeiro de 2009), nos 392 euros, mais seis euros do que em Setembro e mais 113 euros que em Outubro de 2022, o que traduz um aumento mensal de 1,6% (1,8% no mês anterior). Contudo, a variação homóloga regista, pela primeira vez nos últimos 12 meses, uma redução face à observada no mês anterior (40,5% contra 41,9%).

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu 16 euros, para 644 euros, um aumento de 31,7% face ao mesmo mês do ano anterior.

No último mês verificou-se um aumento significativo no capital médio em dívida da totalidade dos créditos à habitação, de 224 euros, para 64.186 euros.

Para os contratos celebrados nos últimos três meses, neste caso entre Julho e Setembro, o montante médio em dívida foi 125.103 euros, mais 1711 euros que em Setembro.

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