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PSP chamada à reitoria da Universidade de Lisboa: sete estudantes detidas

“Não tinha outra maneira de garantir a segurança”, justifica o reitor, Luís Ferreira. Semana de protestos tem sido marcada pela intervenção policial nas faculdades.

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Activistas ocuparam edifício da reitoria da Universidade de Lisboa após manifestação na Alameda DR
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A PSP foi chamada à reitoria da Universidade de Lisboa, na Alameda da Universidade, no final da tarde desta sexta-feira, depois de um grupo de activistas pelo clima ter invadido o edifício. “Não tinha outra maneira de garantir a segurança”, justifica o reitor, Luís Ferreira, que confirma o pedido de intervenção das autoridades.

Pelas 20h, o movimento informava que sete estudantes foram detidas na ocupação da reitoria da UL pelo fim ao fóssil e contra a repressão do movimento estudantil. "Estão neste momento detidas na esquadra dos Olivais. Convocamos vigília de solidariedade em frente à esquadra."

Durante a tarde, dezenas de estudantes manifestaram-se em frente à reitoria da Universidade de Lisboa. Protestaram “contra os combustíveis fósseis e contra os ataques recorrentes desta instituição à liberdade de expressão", contam os activistas em comunicado.

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As inscrições feitas pelos estudantes DR

Nos últimos dias, em resultado de uma nova onda protagonizada pelo movimento Greve Climática Estudantil, têm sido vários os protestos em instituições de ensino. A PSP foi chamada a intervir na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), da Universidade Nova de Lisboa, e também na Faculdade de Psicologia, da Universidade de Lisboa.

Os ânimos aqueceram depois das 17h. O vice-reitor João Reis Peixoto saiu da reitoria para falar com os estudantes, que o instaram a condenar a intervenção das autoridades policiais nas faculdades ao longo dos últimos dias.

Quando o responsável regressou ao edifício, foi seguido por duas estudantes, que tentaram entrar na reitoria. “Foram entaladas na porta pelos seguranças do edifício”, acusam os activistas.

O reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, tem uma versão diferente. As jovens, de facto “ficaram entaladas”, mas as portas foram “prontamente abertas para as deixas entrar e evitar ferimentos”.

A reitoria acabou cercada pelos jovens, cerca de 20, segundo um comunicado da universidade. Os activistas pintaram a fachada principal, forçando as portas do edifício.

Um grupo de pouco mais de uma dezena de activistas acabou por entrar na reitoria da Universidade de Lisboa, sentando-se no seu interior do edifício. Segundo a instituição, invadiram os espaços onde está patente uma exposição alusiva à universidade, tendo também grafitado alguns painéis da exposição.

Face à ocupação, a reitoria pediu a intervenção das autoridades policiais. “Houve destruição de propriedade pública”, acusa o reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, citando as pinturas na fachada – que os próprios estudantes assumem ter feito em comunicado – e a destruição dos fechos das portas.

“Temos aqui dentro uma exposição de valor incalculável, que tinha de ser preservada”, acrescenta o mesmo responsável. “Não tinha outra maneira de garantir a segurança. Quando chamo a polícia é mesmo como último recurso.”

Segundo a universidade, as autoridades, sem a utilização de violência, isolou o espaço, procedeu à identificação dos invasores e garantiu que os mesmos abandonassem o átrio da reitoria.

Foi o próprio responsável quem contactou o jornal a contar o sucedido, minutos depois de uma conversa sobre as manifestações pelo clima nas universidades, para um outro trabalho do PÚBLICO.

A “onda de acções” em escolas secundárias e universidades, que reivindica o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e electricidade 100% renovável e acessível até 2025, é protagonizada pelo movimento Greve Climática Estudantil e decorre desde segunda-feira. Em comunicado, os estudantes prometeram “parar escolas e instituições” e avisam que “as instituições e o sistema fóssil não vão ter paz até haver um compromisso com o nosso futuro”.

Actualização às 20h01: acrescenta pormenores entretanto divulgados pela Universidade de Lisboa em comunicado. Acrescenta ainda a informação sobre a detenção de sete estudantes.