Os incêndios no Pantanal brasileiro, a maior região húmida do mundo, dispararam em Novembro, chegando aos 2660 focos, quando o país regista uma onda de calor.
“Todo fogo no Pantanal precisa de atenção. Não é algo simples, por isso, vamos trabalhar juntos”, disse o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, à Agência Brasil.
Os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul decretaram situação de emergência devido aos incêndios na região norte do Pantanal.
O número registado apenas nas duas primeiras semanas de Novembro superou já em 37% o número de focos contados de Janeiro a Outubro deste ano, quando foram registados 1933 incêndios, indicam dados obtidos através do satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) brasileiro.
O salto é ainda mais significativo se comparado com o mesmo período do ano passado, quando foram registados apenas 57 fogos no Pantanal, declarado Património da Humanidade e Reserva da Biosfera pela ONU pelo alto valor ecológico.
A multiplicação dos incêndios neste vasto território de 210.000 quilómetros quadrados ameaça uma biodiversidade estimada em 3500 espécies de plantas, 463 de aves e 124 de mamíferos.
No domingo, o Governo brasileiro anunciou que ia reforçar as equipas de combate aos incêndios, com mais bombeiros e aviões, numa região afectada tanto por temperaturas elevadas, superiores a 40 graus, como pelo abate ilegal de árvores.
Ao contrário da maioria das regiões do país, o Mato Grosso é uma das regiões onde a desflorestação aumentou no último ano: 9% entre Agosto de 2022 e Julho deste ano.