Onda de calor no Brasil: sensação térmica chegou a 58,5 graus Celsius no Rio de Janeiro

Hemisfério Sul atingido por onda de calor. No Brasil, foram emitidos alertas vermelhos para quase três mil cidades e vilas. Entre outros recordes, o Rio de Janeiro registou 42,5 graus Celsius.

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Um homem refresca-se numa fonte durante uma onda de calor no Rio de Janeiro, Brasil, a 14 de Novembro de 2023 Reuters/PILAR OLIVARES
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Rio de Janeiro atingido por uma onda de calor Reuters/PILAR OLIVARES
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Calor intenso atraiu milhares de pessoas às praias da zona sul do Rio de Janeiro no domingo REUTERS/RICARDO MORAES REUTERS/RICARDO MORAES
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Rio de Janeiro atingido por uma onda de calor EPA/Sebastiao Moreira
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Oficialmente, o Verão no Brasil só começa a 22 de Dezembro, mas as temperaturas não estão à espera de uma data no calendário. As notícias dizem que foram emitidos alertas vermelhos para quase 3000 cidades e vilas em todo o Brasil e que mais de cem milhões de pessoas estão a ser afectados por uma onda de calor sem precedentes que, de acordo com as previsões, deverá durar até sexta-feira.

Com os termómetros a subir em várias regiões, foram batidos também recordes de temperaturas máximas. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, as temperaturas atingiram os 42,5 graus Celsius. A cidade de São Paulo registou temperaturas médias de 37,3ºC na tarde de terça-feira, informou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

"Estou exausto, é difícil", disse Riquelme da Silva, 22 anos, à agência de notícias AFP nas ruas da cidade de São Paulo, citado numa notícia da BBC. "Quando chego em casa, a água está fria, senão não consigo nem me levantar porque estou muito cansado. Até para dormir é difícil." A agência Reuters e outros meios de comunicação avançam que a sensação térmica do calor que sufoca muitas cidades chegou a atingir 58,5 graus Celsius no Rio de Janeiro.

As redes sociais foram também atingidas por uma onda de queixas pelo calor excessivo. A nova onda de calor que atinge o Brasil, sobretudo as regiões Sudeste e Centro-Oeste, fez o país atingir na tarde desta segunda-feira um novo recorde nacional de consumo de energia eléctrica. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Eléctrico, foi alcançado um recorde na procura instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), às 14h17, quando se atingiu o patamar de 100.955 megawatts (MW).

O Inmet emitiu alertas vermelhos para uma grande parte do país, indicando que as temperaturas podem estar 5 graus Celsius acima da média por mais de cinco dias e podem representar um sério perigo para a saúde. Informação divulgada na semana passada pelos especialistas do Inmet mostrou que a temperatura média no país ficou acima da média histórica de Julho a Outubro.

Um estudo publicado na The Lancet nesta terça-feira à noite concluía que as mortes associadas ao calor podem mais do que quadruplicar até 2050, o que representa um aumento de 370% até 2050. O mesmo artigo científico notava que 525 milhões de pessoas deverão enfrentar insegurança alimentar associada a estes extremos climáticos, estima o relatório Lancet Countdown sobre clima e saúde.

Da insegurança alimentar à propagação da dengue, o relatório traça cenários pouco auspiciosos para a humanidade, se mantivermos a trajectória actual de emissões de gases com efeito de estufa – um caminho que nos levaria a uma subida da temperatura média de 2,7 graus Celsius em relação ao período pré-industrial. O Acordo de Paris, assinado em 2015, preconizava um esforço internacional para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius.

Não há desculpa para a nossa inércia colectiva. Só uma acção poderosa e imediata poderá limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius e evitar o pior das alterações climáticas​”, afirmava António Guterres, secretário-geral das Nações Unidos, num comentário ao relatório, citado no mesmo documento.

As condições meteorológicas extremas estão a tornar-se mais frequentes e mais intensas em muitos locais do mundo devido às alterações climáticas. Segundo os cientistas, as ondas de calor estão a tornar-se mais longas e mais intensas em muitos locais e prevê-se que esta situação se mantenha enquanto os seres humanos contribuírem para a libertação de gases com efeito de estufa. Entretanto, a Terra encontra-se actualmente numa fase meteorológica de El Niño, durante a qual as temperaturas globais normalmente aumentam.

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