Daniel Adrião decide até sábado se vai candidatar-se à liderança do PS

A comissão nacional do PS reune-se sábado para definir o calendário eleitoral da escolha de um novo secretário-geral na sequência da demissão de António Costa.

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Daniel Adrião está a ponderar se se candidata à liderança do PS Rui Gaudencio

O dirigente socialista Daniel Adrião afirmou, esta terça-feira, estar a ponderar uma candidatura a secretário-geral do PS nas próximas eleições directas por considerar que os dois candidatos conhecidos são “herdeiros do costismo” e têm “falta de ambição reformista”.

Daniel Adrião disse à agência Lusa que a sua decisão “está dependente de um conjunto de consultas”, mas será anunciada até sábado, dia em que se reúne a comissão nacional do partido para decidir sobre o calendário eleitoral interno.

“Tenho recebido vários apoios de pessoas que não se revêem em qualquer dos candidatos” até agora conhecidos, José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos, declarou o dirigente da linha minoritária dos socialistas.

Adrião considerou existir “uma lacuna” relativamente aos dois candidatos já conhecidos, uma vez que são ambos “candidatos de continuidade”.

“São ambos herdeiros do costismo e é preciso cortar com isso. É preciso que o futuro do PS se construa com novos protagonistas”, defendeu.

O dirigente socialista, que na última reunião da Comissão Nacional defendeu que o PS deveria apresentar o actual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, como candidato do partido a primeiro-ministro nas próximas eleições, mostrou-se preocupado com os “danos reputacionais” que está crise está a gerar no partido e no sistema democrático português.

“A subida do Chega é o reflexo da revolta das pessoas em relação ao mainstream político”, sustentou, questionando a “malformação congénita” do sistema eleitoral português.

“É um sistema eleitoral aberrante. Na União Europeia, só Portugal e Espanha é que têm listas fechadas e bloqueadas”, afirmou, defendendo a sua preferência pelos sistemas que permitem o voto preferencial e/ou nominal.

A comissão nacional do PS volta a reunir-se no sábado para definir o calendário eleitoral na sequência da demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro e da decisão de não voltar a candidatar-se.