Dezenas de milhares de pessoas desfilaram em Amesterdão, este domingo, para exigir medidas contra as alterações climáticas a 10 dias das eleições legislativas nos Países Baixos. O acto ficou marcado por um incidente envolvendo Greta Thunberg. Quando a activista sueca discursava em palco, num comício no final da manifestação, um indivíduo retirou-lhe o microfone das mãos em protesto contra o que considerou ser a politização da causa climática.

"Eu vim a uma manifestação pelo clima, não por uma opinião política", disse o manifestante, que acabou por ser retirado do palco.

Antes deste incidente, Greta Thunberg tinha dado a palavra a uma mulher palestiniana e a uma mulher afegã. "Enquanto movimento pela justiça climática, devemos ouvir as vozes daqueles que estão a ser oprimidos e daqueles que estão a lutar pela liberdade e pela justiça. Não pode haver justiça climática sem solidariedade internacional", disse a activista sueca.

"Não há justiça climática em terra ocupada", disse Thunberg após o discurso da activista palestiniana. O evento deste domingo ficou marcado pela presença de bandeiras palestinianas e por palavras de ordem pró-palestinianas.

A polícia de Amesterdão estima que 70 mil pessoas tenham participado nos protestos deste domingo. Para além da presença de Greta Thunberg, o acto contou com a participação do antigo vice-presidente da Comissão Europeia e ex-comissário europeu para a Acção Climática, Frans Timmermans, que encabeça agora a lista conjunta dos trabalhistas e dos verdes dos Países Baixos às eleições deste mês.

Os Países Baixos vão a votos a 22 de Novembro. Até agora, a campanha eleitoral tem sido dominada pelo tema da imigração e pelo aumento do custo de vida. Sondagens recentes indicam que os eleitores não consideram a crise climática uma prioridade.