Fenprof avança com petições para cobrar promessas políticas
Petições serão entregues aos partidos antes das eleições antecipadas, para que os deputados das várias bancadas saibam o que encontrarão no Parlamento quando tomarem posse, disse Mário Nogueira.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) vai lançar quatro petições sobre condições de trabalho nas escolas, carreira, precariedade e aposentações dos professores, para que o parlamento que sair das eleições de Março discuta os grandes temas da educação.
O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, à margem de um encontro de professores a decorrer em Lisboa. As petições serão entregues aos partidos antes das eleições antecipadas, para que os deputados das várias bancadas saibam o que encontrarão no Parlamento quando tomarem posse, precisou Mário Nogueira.
Após a comunicação ao país, na quinta-feira à noite, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a dissolução da Assembleia da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, a Fenprof decidiu pedir reuniões às direcções dos partidos políticos, para tentar que incluam nos programas medidas concretas para resolver os problemas da classe docente.
"O futuro passa pelas eleições, logo é preciso comprometer os partidos para que assumam compromissos que já devem fazer parte dos seus programas", disse Mário Nogueira aos jornalistas, sublinhando que a educação tem uma carência de recursos "absolutamente notável".
"Este é o momento de os partidos dizerem ao que vêm, é agora que devem comprometer-se. Às vezes é fácil, com uma maioria absoluta, ser oposição e fazer promessas, sabendo que não vão ter de as cumprir", destacou.
Mário Nogueira falava no momento em que o ministro da Educação, João Costa, apresentava na Assembleia da República o orçamento da educação, que para a Fenprof é "indefensável".
A estrutura sindical espera para já "um sinal forte" dos partidos em sede de orçamento. "Sabemos que todos os partidos, com excepção do PS, têm propostas concretas que têm vindo a apresentar [sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores] e mesmo dentro do PS todos ouvimos o candidato a líder desse partido, Pedro Nuno Santos, a assumir publicamente que a recuperação do tempo de serviço dos professores deveria ser algo que o Governo deveria ter em conta e avançar", afirmou Mário Nogueira.
O dirigente sindical garantiu que os professores estarão atentos ao cumprimento de promessas e declarações políticas.