Supermercado britânico substitui caixas self-service por funcionários para os clientes conversarem

Os clientes do Booths queixaram-se da lentidão das caixas automáticas e pediram o regresso dos trabalhadores. A empresa anunciou esta sexta-feira que os funcionários estão de volta.

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A cadeia de supermercados Booths, no Reino Unido, decidiu substituir quase todas as caixas registadoras que exigiam um funcionário por alternativas self-service, mas, depois de receber queixas de alguns clientes, voltou atrás na decisão.

A empresa tem 28 supermercados no Norte do país, nomeadamente nas cidades de Keswick e Windermere e, esta sexta-feira, anunciou que 26 lojas voltariam a ter funcionários para registar os produtos.

“Acreditamos que os colegas que atendem os clientes proporcionam uma melhor experiência às pessoas e, por isso, tomámos a decisão de remover as caixas automáticas na maioria das nossas lojas”, afirmou a empresa, citada pela BBC. De acordo com a mesma fonte, esta é a primeira (ou uma das primeiras) cadeia de supermercados no Reino Unido a deixar de usar este tipo de caixas registadoras.

As caixas automáticas (ou self-service) são uma alternativa cada vez mais comum nos últimos anos. Segundo a emissora, em 2021 existiam 325 mil no mundo inteiro. No entanto, não convenceram os clientes do Booths, que descreveram o serviço como lento, difícil de confiar e “impessoal”, revelou o responsável pela empresa, Nigel Murray, à BBC Radio Lancashire.

O supermercado vende vários produtos avulsos, como frutas e legumes, e Nigel Murray reconheceu que nem sempre é fácil para os clientes distinguirem o nome de cada uma. “Alguns clientes não vêem a diferença entre uma maçã e outra”, justificou. A par disto, estas caixas também causam transtorno a quem quer comprar bebidas alcoólicas, porque tem de esperar que um funcionário confirme que tem idade para o fazer.

“Gostamos de conversar com as pessoas e estamos muito orgulhosos por mudarmos para uma solução que permite que os nossos clientes sejam servidos por seres humanos. Em vez da inteligência artificial, optámos pela inteligência real”, destacou o director.

Ouvidos pela mesma rádio, alguns dos clientes explicaram que fazer compras é uma tarefa “aborrecida e mundana”, mas destacaram que o facto de serem atendidos por uma pessoa e poderem conversar é um ponto positivo.

O Supermercado Jumbo, nos Países Baixos, também procurou uma solução para que os clientes, especialmente os mais idosos, pudessem conversar. As “caixas lentas” existem desde 2019 e, além de registarem os produtos, são também um espaço para o cliente pôr a conversa em dia com o funcionário

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