Pela minha cabeça

O destino também lá estava, tecendo as suas redes, olhar atento, a arquitectar o futuro com o seu bloco de notas onde tudo fica escrito.

Ouça este artigo
00:00
01:58

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O Urso desenvolveu então o hábito de, quando podia, se passear pela rua onde vivia a São, ao final da tarde, quando esta voltava a casa. O Urso cruzava-se com ela, a São não o via porque caminhava a olhar para os próprios pés. Um dia, ela parou de repente. O Urso também. Ficaram parados a dois metros um do outro, já a moldar o destino, mas sem que nenhum deles se desse conta disso. Na verdade, a São olhava para o chão, para um jornal caído aos seus pés, e por isso não reparou no silêncio pétreo do Urso, tão perto dela que dava para sentir o bafo da bagaceira e o cheiro a montanhas.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.