Exportações de produtos estão em queda há seis meses consecutivos

Vendas de bens ao estrangeiro caíram 8,2% em Setembro e as importações recuaram 13%, quando comparado com o mesmo mês do ano passado.

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Portugal está a importar menos do que em 2022 Nuno Ferreira Santos
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As exportações portuguesas de bens estão em queda há seis meses consecutivos. Desde Abril que o volume das vendas de produtos ao estrangeiro é mais baixo do que nos mesmos meses do ano passado, mostram dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com o balanço até Setembro.

As exportações ainda cresceram nos três primeiros meses do ano, mas a partir daí, de Abril a Setembro, registaram-se recuos em todos os meses, quando comparado com o volume das vendas registado nos períodos homólogos.

Ao todo, nesse período de Abril a Setembro, houve um recuo nas vendas de 2691 milhões de euros (uma quebra de 7%) e, como nos três primeiros meses do ano o ritmo era positivo e as exportações estavam ainda em alta, tendo crescido praticamente na mesma ordem (2326 milhões, mais 13% do que no primeiro trimestre de 2022), o balanço dos nove primeiros meses do ano é de quase estagnação (as exportações caíram 0,6%).

Se em 2022 Portugal tinha exportado, de Janeiro a Setembro, bens de 58.770 milhões de euros, agora as saídas totalizam 58.405 euros, uma diferença ligeiramente acima de 360 milhões.

Do lado das importações também se regista uma quebra até Setembro, mas maior, de 3,9%, com as compras ao estrangeiro a caírem 3179 euros. As importações tinham totalizado 81.552 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano e, em 2023, a soma fica-se pelos 78.372 milhões.

Portugal continua a importar bens num volume superior ao que exporta, sendo essa diferença na balança de 19.967 milhões de euros até Setembro.

Em Setembro, as exportações caíram 8,2% e as importações baixaram 13%, tendo havido um recuo nos fornecimentos industriais, tanto num caso como no outro. Houve uma forte quebra na importação dos combustíveis e lubrificantes (um recuo de 27% em termos homólogos) que influenciou o comportamento das compras ao exterior, “reflectindo a descida dos preços destes produtos no mercado internacional (-20,8%)”, explica o INE.

Olhando só para o mês de Setembro, os dados do instituto estatístico mostram que o défice da balança comercial desse período — de 2171 milhões de euros, inferior ao registo de Setembro do ano passado — se deve em um terço ao comportamento do comércio de combustíveis e lubrificantes. “O saldo da balança comercial expurgado do efeito destes produtos totalizou -1 470 milhões de euros em Setembro de 2023, o que corresponde a uma diminuição do défice de 352 milhões de euros face a Setembro do ano anterior e uma diminuição de 277 milhões de euros em relação ao mês anterior”, indica o INE.

De Março a Setembro deste ano, ou seja, nos meses em que as exportações já estavam em queda, “apenas em Maio se observou um agravamento do défice face ao período homólogo do ano anterior”, refere ainda o INE.

Nos nove primeiros meses do ano, as exportações para os países da União Europeia recuaram 0,74%, o que explica o comportamento global de ligeira quebra das exportações, já que é para os parceiros europeus que segue a maior fatia dos bens portugueses (70% das vendas até Setembro, 41.113 milhões dos 58.405 milhões exportados). Para países de fora da União Europeia, as exportações recuaram 0,35%, de 17.353 para 17.292 milhões, uma diferença de 61 milhões.

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