Gondomar aposta em dar a conhecer o plectro e a música de cordas dedilhadas

O VIII Festival Internacional de Música de Plectro decorre este fim-de-semana com os duos Lyra e Mare, e o maestro espanhol Pedro Chamorro a estrear uma “quase sinfonia” de Sofia Sousa Rocha.

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Duo Lyra: a harpista belga Manon Opavska e o bandolinista francês Tony Coullet DR
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Mare Duo: os alemães Annika Hinsche (bandolim) e Fabian Hinsche (guitarra) DR
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Maestro Pedro Chamorro dr
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António de Sousa Vieira, director artístico do festival DR
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Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins DR
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Fora dos círculos musicais, pouca gente saberá o significado da palavra plectro. Os dicionários explicam tratar-se de um “ponteiro de marfim com que se feriam as cordas da lira” (Porto Editora); ou seja: a popular palheta com que se percutem as cordas de vários instrumentos.

Foi para recuperar esse “termo erudito, usado desde o Renascimento em vários países europeus, da França à Alemanha e ao Benelux”, que um grupo de músicos e melómanos fundou, em 2010, a Associação Cultural do Plectro, que, cinco anos depois, haveria de constituir sede em Rio Tinto, Gondomar.

Quem o explica é António de Sousa Vieira, tocador de bandolim, director artístico da Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins (OPGB), que fundou em 2007, e também responsável artístico pelo Festival Internacional de Música de Plectro de Gondomar, que este fim-de-semana chega à oitava edição.

Nascido em 2012, no concelho vizinho da Maia, o festival passou, três anos depois, para Gondomar. O seu programa não se limita, contudo, ao exercício do bandolim, antes “à globalidade da música da família das cordas dedilhadas, como a guitarra portuguesa e a harpa”, diz Sousa Vieira ao PÚBLICO.

Ao longo de uma década, o festival passou já por vários palcos destes concelhos do Grande Porto e teve diferentes figurinos. Este ano, vai decorrer em três dias consecutivos, entre a Casa Branca de Gramido, em Valbom, e o Auditório Municipal de Gondomar. Começa esta sexta-feira (Casa Branca de Gramido, 18h) com uma aposta na apresentação de novos talentos internacionais: o Duo Lyra, constituído pela harpista belga Manon Opavska e pelo bandolinista francês Tony Coullet.

“Criado em 2021, o duo foi o vencedor do primeiro prémio no prestigiado Concurso Internacional de Marselha deste ano”, diz o director artístico do festival, justificando a aposta. No reportório do recital do Lyra, entrarão arranjos para bandolim e harpa de músicos e compositores tão diversificados como Heitor Villa-Lobos e Duke Ellington, Astor Piazzolla e Chick Corea.

No sábado (Casa Branca de Gramido, 18h), entra em cena o Mare Duo, formado pelo casal alemão Annika Hinsche (bandolim) e Fabian Hinsche (guitarra), com um programa apresentado como “um mosaico musical”, mas cuja composição não foi revelada antecipadamente. “É um duo já consagrado, que tem feito um longo trabalho a nível mundial na divulgação do reportório para estes dois instrumentos, trabalhando de perto com grandes compositores, como o italiano Carlo Domeniconi”, assinala Sousa Vieira.

Uma "quase sinfonia"

Para o terceiro e último dia do festival (Auditório Municipal de Gondomar, 18h), fica o “momento alto” do cartaz, com a estreia de uma obra expressamente encomendada à compositora Sofia Sousa Rocha (Braga, 1986), Terra d’Ouro, “uma quase sinfonia” dedicada à cidade de Gondomar e à indústria da ourivesaria, uma das suas marcas identitárias.

“Foi uma escolha minha, porque gosto muito do trabalho da Sofia, que conheço há alguns anos”, justifica o director artístico, lembrando que a encomenda de obras para a OPGB, com vista a “revitalizar a música de plectro” faz, de resto, parte do historial da associação – no ano passado, por exemplo, editou um disco com composições de Fernando C. Lapa, Canções do outro lado da rua, interpretadas por aquela orquestra.

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A compositora Sofia Sousa Rocha é autora da peça Terra d'Ouro, dedicada a Gondomar DR

Caberá, uma vez mais, à OPGB o concerto de encerramento, sob a direcção do maestro espanhol Pedro Chamorro, “uma das figuras maiores nesta área a nível mundial, e que está em 2023 a comemorar os 50 anos de carreira por vários palcos do mundo”, diz Sousa Vieira.

Todos os concertos têm entrada gratuita, mediante reserva prévia. O festival resulta de uma parceria da OPGB Associação Cultural de Plectro com a Câmara Municipal de Gondomar.

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