Fotogaleria
Após 20 dias de chuva e várias tempestades, Norte de França sofre cheias históricas
Cerca de 60 municípios estão a sofrer inundações, porque os rios atingiram caudais recorde. O alerta mantém-se pelo menos até sexta-feira.
Após 20 dias consecutivos de chuva e a passagem das tempestades Domingos e Ciaran, a região de Pas de Calais, no Norte de França, está a sofrer inundações que são classificadas pelos serviços meteorológicos como “históricas”. Deverá ser lançado um novo alerta vermelho para cheias, anunciou o ministro da Transição Ecológica francês, Christophe Béchu, a partir desta noite ou na quinta-feira, por causa da chuva.
Seis dezenas de municípios foram afectados pelas cheias, que deixaram as ruas e as casas alagadas, carros a flutuar. Vários rios no Norte de França transbordaram, por causa das chuvas que não têm parado, dando origem às inundações, que fizeram um morto. As regiões em torno de Boulogne-sur-Mer e Saint-Omer foram particularmente afectadas.
Foram afectados rios como o Aa, Lys, Canche, Liane, Hem. A situação melhorou em alguns, permitindo descer o nível de alerta de cheias para laranja, mas não noutros, o que levou o ministro Béchu, em visita à região, a dizer que que o alerta vermelho continuará a vigorar, pelo menos até sexta, diz a AFP. Pelo menos 1500 bombeiros foram mobilizados pela socorrer a população.
Há quase 45 mil habitações sem electricidade, sobretudo nas regiões da Bretanha e da Normandia, também por causa do mau tempo, disse Olivier Véran, porta-voz do Governo, citado pela televisão TF1. Há escolas encerradas e a circulação de comboios regionais foi interrompida.
Na origem destas cheias está um episódio de chuva tão intenso que a probabilidade de ocorrer é de uma vez a cada 100 anos, agravado pela passagem sucessiva de várias tempestades, disse ao jornal Libération Simon Mittelberger, climatólogo no serviço nacional de meteorologia, Météo-France. Os solos estão saturados da chuva, que em alguns locais ultrapassou os recordes históricos, que datavam de 2002, e a continuidade da chuva não dá oportunidade a que os rios percam caudal.
Em alguns locais, disse ao Libération Simon Mittelberger, registou-se pontualmente cerca de 275 milímetros de chuva por metro quadrado em apensas 15 dias, quando a pluviometria normal dos meses de Outubro e Novembro acumulados é inferir a 200 milímetros”.
O resultado é que em alguns rios se ultrapassou a nível máximo de cheia. No Aa, por exemplo, tinha sido atingido em Março de 2002. Na estação de Lumbres-Bléquin, esse recorde era de 1,31 metros. Mas agora, o nível chegou a 2,21 metros, relatou Mittelberger.