PCP quer clarificar interferência da Comissão Europeia na venda da Efacec

O eurodeputado do PCP João Pimenta Lopes enviou três questões a Bruxelas sobre o processo de privatização da Efacec, uma decisão que considera “profundamente lesiva dos interesses nacionais”.

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O fundo alemão Mutares vai pagar 15 milhões de euros pela compra da Efacec Nelson Garrido
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O PCP quer entender de que forma Bruxelas interveio no processo que levou à venda da empresa portuguesa Efacec ao fundo de investimento alemão Mutares e que tipo de “aprovação” deu a este negócio.

O deputado do PCP no Parlamento Europeu João Pimenta Lopes enviou à Comissão Europeia três perguntas sobre a privatização da Efacec e a forma como Bruxelas influenciou o processo. No documento enviado às redacções, lê-se que o PCP solicita “à Comissão Europeia informação detalhada sobre a intervenção que teve neste processo e, em particular, no seu desfecho”.

Perguntando a Bruxelas “como justifica” a intervenção no processo de privatização da empresa, o eurodeputado questiona ainda “que tipo de ‘aprovação’ foi dado a este negócio e de que critérios dependeu”. Por último, o eurodeputado questiona a Bruxelas se procurou “impor ao Governo português” este negócio, que favorece “o grande capital alemão”.

A Comissão Europeia esteve “sempre envolvida nas negociações que terão ditado este desfecho” através da DGComp (Direcção-Geral da Concorrência europeia), destaca o PCP citando o ministro da Economia, António Costa Silva. E acrescenta que, segundo o responsável da pasta, “a operação foi aprovada pela Comissão Europeia, tendo passado no chamado ‘teste de mercado’”.

“O Fundo Mutares receberá de mão-beijada (o pouco que investe é em capital da empresa que compra) uma das principais industrias portuguesas… Trata-se, evidentemente de uma decisão profundamente lesiva dos interesses nacionais”, defende João Pimenta Lopes.

Antes de o eurodeputado questionar Bruxelas, o grupo parlamentar do PCP procurou também interrogar o Governo português. Num requerimento assinado pelos deputados Bruno Dias, Paula Santos e Alfredo Maia, foram solicitados ao Governo 11 documentos sobre o processo de privatização da Efacec.

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