Benfica voltou a mandar em Trás-os-Montes

“Encarnados” apanham Sporting no topo da I Liga, após triunfo por 0-2 sobre o Desportivo de Chaves.

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Aursnes marcou o primeiro golo do Benfica LUSA/PEDRO SARMENTO COSTA
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Pelo menos por uma noite, o Benfica vai ser líder da I Liga, depois de ter triunfado neste sábado, em Trás-os-Montes, sobre o Desportivo de Chaves, por 0-2, em jogo da 10.ª jornada. Num jogo que não foi nada fácil para o campeão nacional, golos na segunda parte de Aursnes e João Mário elevaram a equipa de Roger Schmidt ao topo da classificação, com 25 pontos, tal como o Sporting, que recebe neste domingo o Estrela da Amadora.

Quando há alguma coisa que funciona, não haverá razão para mudar. Foi o que pensou Roger Schmidt no seu plano para a viagem a Trás-os-Montes. O Benfica ganhou a jogar com três centrais, quatro médios e três avançados móveis? Toca a repetir a receita e com os mesmos ingredientes – o “onze” foi igual ao do jogo da Taça da Liga. Mas já se perdera o efeito-surpresa. Moreno, técnico dos flavienses, preparou a sua equipa para o efeito, sabendo que não valia a pena investir no taco-a-taco no meio-campo, antes manter a consistência defensiva e esperar por algum erro.

Durante a primeira parte, foi o que aconteceu. O Benfica tinha médios a mais e, naturalmente, assumiu o domínio territorial, mas não tinha gente para desequilibrar nas alas, nem presença na área. E ganhava muitos pontapés de canto, mas não fazia nada com eles. Pode dizer-se até que foi o Desportivo de Chaves que esteve mais perto do golo durante a primeira parte, logo aos 2’, com uma investida de Sanca, após passe de Rúben Ribeiro - o remate passou bem perto da baliza de Trubin.

O Benfica teve bola e passou os primeiros 45 minutos praticamente no último terço de campo, mas sem criar grande perigo. Teve um remate de Aursnes aos 8’, outro de Otamendi aos 36’ e um livre directo de Di María aos 37’ (mais a recarga) e foi tudo. Nada surpreendente o nulo ao intervalo – a bola andou muito longe das duas balizas. E este não era, de todo, um resultado moralizador, para os “encarnados”, tendo em conta as decisões que aí vêm.

Para a segunda parte, Schmidt manteve o sistema, mas mudou um dos ingredientes. Saiu Gonçalo Guedes, bem longe do jogador explosivo que já foi, entrou Arthur Cabral, o avançado que ainda só marcou nas taças. Mas foi o Desp. Chaves quem, lentamente, foi metendo a cabeça de fora, e, aos 53’, teve dois momentos de perigo junto da baliza de Trubin – no primeiro, António Silva cortou uma bola que ia directa para a cabeça de Hector, e, no segundo, foi Sancaa fazer um remate que saiu a rasar o poste.

Só a mera presença de um homem de área acabou por fazer a diferença no ataque do Benfica aos 59’. João Neves (mais uma vez o melhor do Benfica) arrancou pelo flanco, foi até à linha e arrancou um cruzamento rasteiro. Arthur Cabral escorregou, mas ainda conseguiu empurrar a bola com o rabo na direcção da baliza. A bola parece ter entrado antes de um defesa a ter aliviado, mas Aursnes estava por perto e meteu-a na baliza – o golo acabaria mesmo por ser creditado ao norueguês.

Logo na resposta, os flavienses estiveram mais perto do que nunca do golo, num remate de fora da área de Bruno Langa que acertou na trave. A resposta transmontana ficou-se por aqui. Aos 80’, depois de uma falta de Langa sobre João Neves na área, João Mário fez o 0-2 na conversão de um penálti, e, em cima dos 90’, Musa ainda meteu a bola na baliza após passe de Arthur Cabral – mas o lance foi invalidado por fora-de-jogo.

O golo do croata acabou por não ser preciso para o Benfica, que tinha um empate e uma derrota nas suas últimas duas visitas a Chaves, voltar a mandar em Trás-os-Montes.

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