Fotógrafo português Nuno Calvet morre aos 91 anos

Ainda amador, é premiado pela revista Photography. Seguiu-se uma longa carreira com enfoque na fotografia comercial e documental. Nascido em Oeiras, morreu este sábado em Viana do Alentejo.

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Nuno Calvet começou a interessar-se por fotografia nos anos 1950, como amador José Coelho/Lusa

O fotógrafo Nuno Calvet, autor, entre outros, do livro Foto-Grafias, com o poeta Ary dos Santos, morreu no sábado em Viana do Alentejo, aos 91 anos, disse esta sexta-feira à Lusa fonte da família.

Nuno Calvet, que nasceu em 1932 em Oeiras, começou a interessar-se por fotografia na década de 1950, como amador, actividade que conciliava com a de técnico de som, segundo informação disponível no site oficial do Centro Português de Fotografia.

Ainda enquanto fotógrafo amador, em 1960, venceu o segundo prémio de um concurso internacional de fotografia a preto e branco, promovido pela revista inglesa Photography.

Nove anos depois, profissionaliza-se, com enfoque na fotografia comercial e documental.

No mesmo ano, em 1969, edita o livro Foto-Grafias, com José Carlos Ary dos Santos, que é apreendido pela PIDE (polícia política do Estado Novo) e só fica disponível novamente em Maio de 1974.

No início dos anos 1970, antes do 25 de Abril de 1974, faz um trabalho sobre o património cultural português em São Tomé e Príncipe e uma recolha fotográfica de Moçambique e Angola.

Já depois do 25 de Abril, foi fotojornalista no Jornal Novo, diário vespertino publicado em Lisboa entre 1975 e 1979, onde Nuno Calvet esteve até 1977.

Ao longo da carreira participou em várias exposições, tendo mostrado o seu trabalho em 1981 em Florença e em Milão, em Itália, e na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde em 1983 apresentou Além Terra, sobre a terra/campo e as pessoas do Alentejo.

Nuno Calvet publicou também uma série de livros, entre os quais As Mais Belas Cidades de Portugal (Verbo, 1997), Festas e Comeres do Povo Português II, (Verbo, 1999), em conjunto com Maria de Lourdes Modesto e Afonso Praça, As Mais Belas Igrejas de Portugal (Verbo, 2000) ou Contemporaneidade (Lipor, 2009).

A obra de Nuno Calvet está representada na colecção do Centro de Arte Moderna Gulbenkian.

As cerimónias fúnebres de Nuno Calvet aconteceram na segunda-feira, em Elvas.