Para cerca de 500 pessoas abriram-se as portas da Faixa de Gaza
A fronteira com o Egipto abriu-se pela primeira vez desde o início do conflito a 7 de Outubro para deixar passar feridos graves e detentores de passaportes estrangeiros, sobretudo mulheres e crianças.
A fronteira da Faixa de Gaza com o Egipto abriu-se esta quarta-feira pela primeira vez desde 7 de Outubro para permitir a saída de pessoas. Feridos e estrangeiros com passaporte de uma lista de países negociada entre Egipto, Israel e o Hamas com mediação do Qatar e coordenação dos Estados Unidos vão ser autorizados a sair do território palestiniano que tem estado sob bombardeamentos de Israel desde o ataque do Hamas que matou 1400 israelitas.
A televisão egípcia filmou na manhã desta quarta-feira uma fila de ambulâncias transportando os feridos mais graves à espera de cruzar o passo fronteiriço, numa altura em que as unidades hospitalares em Gaza estão a chegar ao seu limite e há algumas que vão deixar de poder funcionar ainda esta quarta-feira, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.
Nenhuma informação sobre quanto tempo a fronteira se manterá aberta foi adiantada, apenas que dezenas de feridos e centenas de detentores de passaporte estrangeiro foram autorizados a deixar o território palestiniano. Prioridade para feridos em risco de vida e crianças.
De acordo com a Al-Jazeera, é esperado que cerca de 500 pessoas atravessem a fronteira esta quarta-feira.
De acordo com Nahed Abu Taeema, director do Hospital Nasser, em declarações à Reuters, 19 dos seus feridos em estado grave estão incluídos nos 81 que estavam na lista para sair de Gaz esta quarta-feira.
“Esses precisam de cirurgias complexas que não podem ser feitas aqui pela falta de capacidade, especialmente mulheres e crianças”, disse.
O Egipto preparou um hospital de campanha em Sheikh Zuwayed, no deserto do Sinai, para receber os feridos, com o compromisso de transferir para outros hospitais aqueles cujos ferimentos não possam ser aí tratados.
De acordo com o jornal The Times of Israel, o Egipto também colocou carros de combate e blindados junto ao posto fronteiriço de Rafah. O Governo egípcio receia que um fluxo de dezenas de milhares de palestinianos aproveite a abertura da fronteira para fugir da Faixa de Gaza, onde não há lugar seguro para escapar dos bombardeamentos israelitas e a comida, a água e as comunicações são escassas – a Paltel, o principal operador de telecomunicações palestiniano, anunciou que houve um novo corte total das linhas telefónicas e da Internet em Gaza.
O Ministério da Saúde do Hamas actualizou esta quarta-feira o número de vítimas dos bombardeamentos israelitas desde 7 de Outubro: 8796 mortos, entre eles 3648 crianças.