Acordo do PSOE com ERC deixa Sánchez mais perto de formar governo

Socialistas e Esquerda Republicana chegam a acordo para avançar com lei de amnistia dos independentistas catalães condenados em 2017. PSOE quer investidura na próxima semana.

Foto
Pedro Sánchez poderá ser investido como presidente do novo governo espanhol já na próxima semana Reuters/JUAN MEDINA
Ouça este artigo
00:00
02:37

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) chegaram a um acordo para a amnistia dos independentistas catalães envolvidos no referendo ilegal de 2017 e anunciaram que estão a avançar “decisivamente” para um pacto que permita a investidura do líder socialista, Pedro Sánchez, como presidente do novo Governo de Espanha.

O acordo foi alcançado na terça-feira na sequência de uma conversa telefónica entre Sánchez e o presidente da Generalitat da Catalunha e dirigente da ERC, Pere Aragonès. Neste telefonema, e no âmbito da negociação, Sánchez e Aragonès “desbloquearam os últimos pormenores da futura lei de amnistia”.

“Ambos os partidos consideram que as suas expectativas foram cumpridas e que os seus princípios políticos relativamente a esta lei foram satisfeitos”, afirmaram o PSOE e a ERC num comunicado conjunto.

O PSOE tenciona registar nos próximos dias o projecto de lei de amnistia no Congresso, com o objectivo de que Pedro Sánchez possa ser investido na próxima semana, informaram fontes socialistas, citadas pelo El País.

A amnistia dos envolvidos na tentativa de autodeterminação da Catalunha que culminou com um referendo ilegal e uma declaração unilateral de independência em 2017 é a exigência feita pelos partidos catalães para viabilizarem um novo Governo liderado por Pedro Sánchez.

Além da ERC, a amnistia é exigida pelo Junts, o partido do antigo presidente do governo regional Carles Puigdemont, que vive na Bélgica desde 2017 para fugir à justiça espanhola.

Para ser reconduzido no cargo de primeiro-ministro, Sánchez precisa ainda do voto dos deputados de mais três partidos nacionalistas e independentistas da Galiza e do País Basco (Bloco Nacionalista Galego, Partido Nacionalista Basco e EH Bildu).

O acordo com a ERC é o primeiro que o PSOE fecha com os partidos de que precisa para a viabilização do novo Governo pelo parlamento. Na última legislatura, a ERC já tinha viabilizado o actual Governo de Sánchez, através da abstenção na votação de investidura do líder dos socialistas como primeiro-ministro.

Se até 27 de Novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo Congresso, os espanhóis terão novamente de ir a votos.

No sábado passado, durante um discurso no Comité Federal, Sánchez defendeu pela primeira vez abertamente a amnistia para os acusados no procés. Dois dias depois, o líder do PSOE enviou uma carta aos militantes onde voltou a defender a amnistia, explicando que se trata do caminho correcto e que “contribuirá para sarar as feridas abertas com a Catalunha”.

Também na segunda-feira, o secretário de Organização do PSOE, Santos Cerdán, reuniu-se em Bruxelas com o ex-presidente catalão e líder do Junts, Carles Puigdemont, num encontro em que os socialistas afirmaram que as negociações estavam a avançar “na direcção certa”.

Sugerir correcção
Ler 4 comentários