Sindicato preocupado com lista que “hierarquiza jornalistas”

Lista revela listagem de jornalistas com os quais as agências de comunicação “mais gostam de trabalhar”.

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Nomes de jornalistas foram incluídos na listagem sem o seu conhecimento Rui Gaudencio
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O Sindicato dos Jornalistas (SJ) lamentou nesta terça-feira a publicação de um relatório que inclui uma lista de jornalistas com os quais as agências de comunicação “mais gostam de trabalhar”.

Segundo o sindicato, a lista — denominada Best PR agency to work for (Melhores agências de relações públicas para trabalhar), da empresa de comunicação Scopen —, “hierarquiza jornalistas, incluindo pela sua relação com fontes profissionais, o que o SJ não pode deixar de ver como preocupante – e causador de pressão – para o trabalho editorial”.

“As agências são intermediárias no ecossistema mediático, são fontes profissionais, pagas pelos interessados, e é assim que, com todo o respeito, são olhadas pelos jornalistas”, é acrescentado no comunicado.

O SJ sublinha ainda aquilo que está plasmado no ponto 11 do Código Deontológico do Jornalista: “O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional”.

“O SJ não aceita qualquer tipo de listagem que desemboque em alguma espécie de pressão. O SJ não aceita que uma lista ponha em causa a idoneidade dos jornalistas”.

A estrutura sindical diz ainda saber que há jornalistas que surgem naquela lista associados ao órgão de comunicação em que trabalham, “que não foram informados da sua inclusão”.

O sindicato termina dizendo que “foi já confrontado com mal-estar motivado por esta publicação e está solidário com os jornalistas que se sentem atacados por este ranking”.

Abertas inscrições para congresso

O SJ revelou na segunda-feira estarem abertas as inscrições estarem abertas as inscrições para o 5.º Congresso dos Jornalistas que decorrerá entre os dias 18 e 21 de Janeiro do próximo ano, no Cinema São Jorge, em Lisboa, com o lema “Jornalismo Sempre”.

Segundo a estrutura sindical, o congresso “discutirá temas muito importantes para o jornalismo hoje, como a Ética, a Deontologia, a precariedade, a censura, a proximidade, o financiamento do jornalismo de qualidade e as novas fronteiras do jornalismo”.

O evento terá, igualmente, uma programação prévia, a acontecer entre os dias 15 e 17 de Janeiro, exclusivamente dedicada à celebração dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que, no próximo ano celebra os seus 50 anos.

Em 2024 terão passado sete anos desde o 4º Congresso dos Jornalistas. “A pandemia justifica, em parte, o facto de não termos cumprido o que definimos no encontro de 2017, de realizarmos congressos nacionais de cinco em cinco anos. Não será, todavia, a única razão”, afirmou, citado no comunicado do SJ, o presidente da Comissão Organizadora do 5.º Congresso dos Jornalistas, Pedro Coelho.

“Entre a pressão do mercado e da tecnologia, a precariedade e os baixos salários, a pressão do efémero e do populismo, a comunicação inquinada das redes sociais… entre tudo isso e por causa disso, fomos assistindo, nestes últimos sete anos, à nossa própria irrelevância e ao, cada vez maior, deslaçamento da classe”, acrescenta o jornalista.

O 5.º Congresso será, pela segunda vez na história, promovido por três instituições: a Casa da Imprensa, o Clube de Jornalistas e o Sindicato dos Jornalistas.

Os preços dos bilhetes variam entre os 10 euros (estudantes), 20 (jornalistas), 80 (professores) e 100 euros (observadores). Os jornalistas e alunos de comunicação que se inscreverem até dia 17 de Dezembro terão direito a um desconto de 50%.

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