A Fundação Arpad Szenes — Vieira da Silva vai abrir a 15 de Novembro um concurso público internacional para a escolha do novo director/a do museu, em Lisboa, revelou nesta terça-feira à agência Lusa fonte do conselho de administração.

De acordo com António Gomes de Pinho, presidente do conselho de administração da Fundação Arpad Szenes — Vieira da Silva (FASVS), "após uma reflexão sobre o modelo de escolha da futura direcção do museu, foi decidido abrir um concurso público e convidar um júri composto por personalidades independentes".

À direcção do Museu Arpad Szenes — Vieira da Silva, em Lisboa, poderão candidatar-se "pessoas com formação e experiência adequadas que apresentem um projecto e um programa para um mandato de três anos que poderá ser renovado por um período idêntico", segundo a FASVS.

"A nossa intenção é seleccionar alguém que apresente uma visão e um projecto para a Fundação e em particular para o museu, com capacidade de gestão e relação próxima com o mundo da cultura", descreveu Gomes de Pinho à Lusa.

O objectivo é que a nova direcção entre em funções em Fevereiro de 2024, indicou, sobre um processo que surge na sequência da saída da historiadora de arte e curadora Marina Bairrão Ruivo, que deixa hoje a FASVS, onde esteve durante 30 anos, 17 como directora.

Para o júri do concurso foram convidadas Raquel Henriques da Silva, professora jubilada da Universidade Nova de Lisboa, historiadora de arte e curadora, com uma longa experiência de museus no sector público e privado, e Teresa Gouveia, ex-secretária de Estado da Cultura e ex-ministra do Ambiente e dos Negócios Estrangeiros, que também presidiu à Fundação de Serralves e foi administradora da Fundação Gulbenkian.

Foi também convidado o curador espanhol Vicente Todolí, o primeiro director artístico do Museu de Serralves, ex-director da Tate Modern, em Londres, também antigo director do Institut Valencià d'Art Modern (IVAM), e actualmente responsável pela programação do Centro Hangar Bicoca — Fundação Pirelli, em Milão, Itália.

O concurso será oficialmente aberto a 15 de Novembro, sendo o respectivo anúncio e regulamento publicado na imprensa, no site da FASVS e divulgado nas redes sociais a partir dessa data, com recepção de candidaturas aberta até 31 de Dezembro.

Marina Bairrão Ruivo — que acompanhou o nascimento da Fundação Vieira da Silva e do respectivo museu, inaugurado em 1994 para estudar e divulgar a obra do casal de artistas — cessou funções como directora do museu "por acordo mútuo" em Junho deste ano, segundo a administração, e na altura não quis comentar a saída.

Por seu turno, o presidente da fundação disse ser intenção da administração continuar a contar com a colaboração da curadora em futuras iniciativas, nomeadamente, em 2024, para as celebrações dos 30 anos da FASVS, com a realização de uma grande exposição, e outra, em colaboração com a Assembleia da República, sobre Vieira da Silva e a Liberdade, no quadro das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

Em 2021, quando o jurista António Gomes de Pinho foi reconduzido pelo Governo como representante do Estado no conselho de administração da FASVS, Isabel Carlos, ex-directora do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, foi designada para substituir a historiadora de arte Raquel Henriques da Silva, que pediu para sair, após dois mandatos.

No conselho de administração da FASVS estão ainda, como vice-presidente, João Corrêa Nunes, em representação da Fundação Cidade de Lisboa, Simonetta Luz Afonso, pela Câmara Municipal de Lisboa, e Rita Faden, pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

Designados pelo conselho de administração da fundação ficaram José Manuel dos Santos e Vera Nobre da Costa.

O Museu Arpad Szenes — Vieira da Silva, gerido pela fundação, foi inaugurado a 3 de Novembro de 1994 e o seu acervo cobre um vasto período da produção de pintura e desenho do casal: de 1911 a 1985, para Arpad Szenes, e de 1926 a 1986, para Maria Helena Vieira da Silva, uma das mais conceituadas artistas portuguesas.