A impotência europeia
Aquilo que os líderes europeus poderiam ter feito – mas, aparentemente, não quiseram – seria ligar o ataque do Hamas a Israel à guerra da Rússia contra a Ucrânia.
1. Os líderes europeus fizeram o que puderam para disfarçar as suas profundas divisões perante a guerra no Médio Oriente entre Israel e o Hamas, depois do mais mortífero, bárbaro e indiscriminado atentado contra judeus desde o fim da II Guerra. Como admitiu o nosso primeiro-ministro, são demasiado profundas e demasiado vivas as memórias históricas dos países europeus para que um entendimento, mesmo que meramente declaratório, seja fácil. Entenderam-se naquilo que se esperaria deles: a condenação do ataque, o direito de Israel a defender-se, a libertação imediata e incondicional dos reféns, o apelo a que se criem rapidamente “pausas humanitárias” para que a ajuda possa chegar àqueles palestinianos que não têm nada a ver com o Hamas e que estão a sofrer as consequências da guerra. Apelar a um cessar-fogo seria descabido. Um cessar-fogo implica que as duas partes o aceitem. O Hamas e as outras milícias militares e terroristas que o apoiam tirariam, obviamente, proveito da situação. Acrescentaram aquilo que já todos tinham dito antes: Israel deve cumprir as leis da guerra e o respeito pela protecção dos civis que são vítimas de conflitos.
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