A Istambul de Ara Güler: o vento da mudança na Turquia
Ara Güler imaginou uma Turquia como confluência feliz das culturas e desautorizou, subtilmente, os senhores da guerra. A retrospetiva em Amesterdão revelou-o em toda a atualidade.
A partir de 1950 e ao longo de mais de 70 anos, Ara Güler (1928-2018) tornou-se um fotógrafo mítico, cujo génio forjou o imaginário da Turquia moderna. Dias depois da inauguração em Istambul do museu com o seu nome (tendo-se implicado ativamente na organização do espólio), Ara Güler morreu aos 90 anos, deixando uma vasta obra fotográfica que testemunha a cadeia de transformações sociais instaurada com a república de Mustafa Atatürk em 1923, a resistência popular diante da voragem do progresso e as revoluções militares na década de 60 — um compêndio ilustrado da transmissão dos saberes quotidianos sob a fúria dos regimes.
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