Porcos-do-mato esfomeados deram cabo de um campo de golfe. A Internet está do lado deles
Nas redes sociais, muitas pessoas defendem os porcos-do-mato, salientando que os campos de golfe são um exemplo de como o desenvolvimento humano pode reduzir os habitats selvagens.
As manchas escuras de terra revirada surgem por todo o lado, estragando a relva normalmente imaculada que cobre grande parte de um campo de golfe de luxo em Sedona, no estado norte-americano do Arizona. Mas a paisagem esburacada não foi obra de golfistas demasiado entusiastas que fizeram sulcos profundos no campo de Seven Canyons. Os danos, de acordo com Emily Casey, uma das supervisoras do campo de golfe que tem estado a documentar a destruição, foram causados por alguns dos animais selvagens nativos do Sudoeste do estado norte-americano: varas de porcos-do-mato.
A mais recente incursão dos animais foi mostrada num vídeo partilhado na rede social X (anteriormente conhecida como Twitter), durante o fim-de-semana, e desde então tornou-se viral, acumulando mais de 32 milhões de visualizações até à manhã de sexta-feira.
“Temos entre 100 e 150 animais”, escreveu a funcionária do campo de golfe no X. “Há entre quatro e cinco varas à volta do campo de golfe.”
Porcos-do-mato?
Com um corpo em forma de javali, pernas curtas, patas com cascos e um focinho parecido com o de um porco, o porco-do-mato poderia facilmente ser confundido com um suíno. Ao contrário dos javalis e dos porcos-selvagens, que foram introduzidos no país pelos colonizadores europeus, os porcos-do-mato desenvolveram-se na América do Sul antes de migrarem para o Sudoeste dos Estados Unidos.
Vivem no deserto do Sudoeste norte-americano, que inclui o Arizona, o Novo México e o Oeste do Texas, e são consideradas espécies nativas da região, de acordo com o Serviço Nacional de Parques norte-americano. Já foram avistados a alimentar-se de pequenos animais, mas as suas refeições preferidas tendem a ser raízes, ervas, sementes e frutos.
Reivindicar o seu habitat
Os porcos-do-mato que têm visitado o campo de golfe no Arizona provavelmente estão à procura de alimentos, procurando raízes entre a relva verde, informou o site Vox, que ouviu investigadores que reforçam que foram os campos de golfe que “invadiram” os habitats destes animais, e não o contrário.
Nas redes sociais, muitas pessoas estão a defender os porcos-do-mato, salientando que os campos de golfe — neste caso, com quase um quilómetro quadrado — são um exemplo de como o desenvolvimento humano pode reduzir os habitats selvagens. Os defensores dos animais têm manifestado o seu apoio usando a hashtag #TeamJavelina.
“Imagine ficar chateado com um bando de bichos gordos porque alguém decidiu construir uma paisagem ecologicamente morta que desperdiça água para um dos desportos mais aborrecidos do mundo no meio de um deserto”, comentou um utilizador no X.