André Villas-Boas: “Pinto da Costa não precisa de achincalhar adversários, tão alto é o seu pedestal”
Antigo treinador, que reitera a vontade de ser candidato às eleições para a presidência do FC Porto, seja em 2024 ou 2028, fala em “ataques de personalidade injustificáveis”.
O FC Porto vai a eleições em 2024 e, à imagem do que tem acontecido nos últimos anos, o nome de André Villas-Boas continua bem vivo no universo do clube. O antigo treinador dos "dragões", que se tem desdobrado no anúncio da vontade de se candidatar à presidência, deixa em aberto o timing e mostra também alguma perplexidade face ao discurso de Pinto da Costa, há décadas a figura maior dos "azuis e brancos".
Em entrevista ao jornal Expresso, Villas-Boas abre a porta aos dois cenários: o de avançar já no próximo ano ou o de adiar a decisão para 2028. "O meu caminho até aqui tem sido de preparação, o que me pode colocar perante ser candidato nas próximas eleições, ou não", afirma. "Toda a construção do que será a futura vida do clube tem de acontecer com passos firmes, bem pensados, estruturados, com rigor. São essas questões que ditam a apresentação de uma candidatura às próximas ou às seguintes eleições, em 2028. Não posso negar que tenho datas em mente, equipas preparadas, ideias, pessoas e projectos".
Desde 2020 fora do activo (ano em que rescindiu com o Marselha), André Villas-Boas tem aproveitado este período para se instruir, o que incluiu aprender gestão na Universidade de Columbia, e assume abertamente que tem como desígnio assumir a presidência do FC Porto.
"Eu nunca o escondi. O que me faltará decidir são os timings, e esses têm que ir ao encontro do respeito pela época desportiva do FC Porto. Tenho essa ambição, nunca a escondi, tenho o máximo respeito pelo presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, e tenho que estar pronto para o substituir à altura caso assim desejem os sócios", insiste.
Na mesma entrevista, o portuense de 46 anos lamenta algumas referências públicas de que foi alvo por parte de Pinto da Costa. "Pelos momentos que vivemos juntos, vejo com alguma surpresa determinados ataques de personalidade que acho que são injustificáveis e penso que não serão o reflexo do que ele realmente sente por mim", aponta. "Acho que não precisa de achincalhar adversários, tão alto está o seu pedestal e tudo o que ele atingiu no futebol no FC Porto".
Ao actual modelo de gestão da SAD deixa também críticas directas: "O FC Porto tem um passivo absurdo e o que é claro é que os modelos operacionais que estão em funcionamento nos últimos 10, 12 anos não funcionam, porque levaram o clube a um ponto sem retorno. Penso que é isso que deixa os sócios cada vez mais desgastados".