Sérgio Godinho à conversa com cinco novos ilustradores das suas canções

O livro Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações já leva mais de dez anos. Editado pela Abysmo, contou com várias gerações de artistas e diferentes estilos. Agora, vieram mais cinco.

Foto
Sérgio Godinho participa na Festa da Ilustração de Setúbal, onde se vai encontrar com novos ilustradores das suas canções Daniel Rocha
Ouça este artigo
00:00
02:51

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

  • Leituras, o site do PÚBLICO dedicado aos livros

Neste sábado, no Museu de Setúbal/Convento de Jesus, às 16h, Sérgio Godinho tem encontro marcado com os cinco ilustradores que se acrescentam aos 40 da obra editada por João Paulo Cotrim em 2011, Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações.

A cada um, uma canção: André Ruivo (Mão na música), Gonçalo Duarte (Grão da mesma mó), Inês Viegas Oliveira (A invenção da roda), Mantraste (Quatro quadras soltas) e Martina Manyà (Baralho de cartas).

A exposição Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações mais Cinco pode ser visitada naquele espaço até 30 de Dezembro.

Integrada na Festa da Ilustração de Setúbal — É Preciso Fazer Um Desenho?, “a nova ideia é transportarem para novas ilustrações cinco novas canções de Sérgio”, diz o curador, José Teófilo Duarte. E prossegue: “Não foi difícil convencê-los.”

Sobre o cantor e escritor, escreve o designer no Jornal da Festa: “Sérgio Godinho correu mundo. E o mundo nunca mais saiu dele. Olha para o lado, retém uma frase de alguém que inadvertidamente a lançou para o ar sem imaginar que o seu dito pode passar a lido e cantado e integrado numa canção. Frases que se tornam icónicas: ‘A liberdade está a passar por aqui’, ‘a vida é feita de pequenos nadas’, ‘hoje é o primeiro dia do resto da tua vida’, ‘só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, habitação, saúde, educação’.”

Os ilustradores irão falar dos seus processos criativos, técnicas e ligações às músicas do cantor. Já Sérgio Godinho voltará decerto a dar conta de como lhe agrada observar novas versões do que escreve e canta.

Foto
As cinco ilustrações que se acrescentam às 40 publicadas em livro e que estão expostas no Museu de Setúbal/Convento de Jesus De cima para baixo, no sentido dos ponteiros do relógio: Gonçalo Duarte, Inês Viegas Oliveira, André Ruivo, Martina Manyà, Mantraste

Eis o que registou no prefácio do livro que agora se revisita e amplia: “A música semeou-se em manchas e riscos, e eu fui descobrindo, atónito, as novas caríssimas versões das minhas inesperadas canções. Sinto-me brindado e orgulhoso por ser o veículo em que se mostra o ardor criativo da ilustração portuguesa. Em plurais viagens, quarenta porque não há lugar para mais.” Agora houve. Não num livro, mas numa exposição.

Recorde-se o que escreveu João Paulo Cotrim (1965-2021) nessa edição que assinalou os 40 anos de carreira de Sérgio Godinho: “Neste projecto melómano, a data fez-se apenas pretexto, ajudou a encontrar o número exacto de olhares a convocar. Os ilustradores também caminham sobre fina camada de gelo, em busca de lugar seguro onde pôr o pé de modo a seguir em frente, vendo para além do nevoeiro, ou seja, iluminando. No íntimo destas letras, e para além das ideias, sobra um caleidoscópio de imagens: um pequeno movimento suscita outro olhar, e logo nova imagem.” Venham mais cinco.

A festa prossegue neste sábado na Livraria Culsete, às 18h, com a presença da ilustradora que assina os trabalhos ali expostos do livro O Duelo (edição do Planeta Tangerina), Inês Viegas Oliveira.

Sugerir correcção
Comentar