Sérgio Godinho à conversa com cinco novos ilustradores das suas canções
O livro Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações já leva mais de dez anos. Editado pela Abysmo, contou com várias gerações de artistas e diferentes estilos. Agora, vieram mais cinco.
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Neste sábado, no Museu de Setúbal/Convento de Jesus, às 16h, Sérgio Godinho tem encontro marcado com os cinco ilustradores que se acrescentam aos 40 da obra editada por João Paulo Cotrim em 2011, Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações.
A cada um, uma canção: André Ruivo (Mão na música), Gonçalo Duarte (Grão da mesma mó), Inês Viegas Oliveira (A invenção da roda), Mantraste (Quatro quadras soltas) e Martina Manyà (Baralho de cartas).
A exposição Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações mais Cinco pode ser visitada naquele espaço até 30 de Dezembro.
Integrada na Festa da Ilustração de Setúbal — É Preciso Fazer Um Desenho?, “a nova ideia é transportarem para novas ilustrações cinco novas canções de Sérgio”, diz o curador, José Teófilo Duarte. E prossegue: “Não foi difícil convencê-los.”
Sobre o cantor e escritor, escreve o designer no Jornal da Festa: “Sérgio Godinho correu mundo. E o mundo nunca mais saiu dele. Olha para o lado, retém uma frase de alguém que inadvertidamente a lançou para o ar sem imaginar que o seu dito pode passar a lido e cantado e integrado numa canção. Frases que se tornam icónicas: ‘A liberdade está a passar por aqui’, ‘a vida é feita de pequenos nadas’, ‘hoje é o primeiro dia do resto da tua vida’, ‘só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, habitação, saúde, educação’.”
Os ilustradores irão falar dos seus processos criativos, técnicas e ligações às músicas do cantor. Já Sérgio Godinho voltará decerto a dar conta de como lhe agrada observar novas versões do que escreve e canta.
Eis o que registou no prefácio do livro que agora se revisita e amplia: “A música semeou-se em manchas e riscos, e eu fui descobrindo, atónito, as novas caríssimas versões das minhas inesperadas canções. Sinto-me brindado e orgulhoso por ser o veículo em que se mostra o ardor criativo da ilustração portuguesa. Em plurais viagens, quarenta porque não há lugar para mais.” Agora houve. Não num livro, mas numa exposição.
Recorde-se o que escreveu João Paulo Cotrim (1965-2021) nessa edição que assinalou os 40 anos de carreira de Sérgio Godinho: “Neste projecto melómano, a data fez-se apenas pretexto, ajudou a encontrar o número exacto de olhares a convocar. Os ilustradores também caminham sobre fina camada de gelo, em busca de lugar seguro onde pôr o pé de modo a seguir em frente, vendo para além do nevoeiro, ou seja, iluminando. No íntimo destas letras, e para além das ideias, sobra um caleidoscópio de imagens: um pequeno movimento suscita outro olhar, e logo nova imagem.” Venham mais cinco.
A festa prossegue neste sábado na Livraria Culsete, às 18h, com a presença da ilustradora que assina os trabalhos ali expostos do livro O Duelo (edição do Planeta Tangerina), Inês Viegas Oliveira.